11/09/2020

PDZs têm foco na relação porto-cidade e ampliação do uso de áreas

 PDZs têm foco na relação porto-cidade e ampliação do uso de áreas



Estão previstos nos novos PDZs arrendamentos de áreas e a melhoria dos acessos para redução da interferência nas cidades

Alguns portos atualizaram seus Planos de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZs) em 2020 de olho na modernização portuária e na gestão mais eficiente para os próximos anos. E entre as principais diretrizes adotadas dentro desse planejamento, está uma melhor relação porto-cidade, que ainda tem sido alvo de conflitos, sobretudo, nos maiores centro urbanos onde também se encontram os portos de maior movimentação, como é o caso do Porto de Santos.

Com o PDZ aprovado no último mês de julho pelo Ministério da Infraestrutura, o Porto de Santos destaca que o plano foi concebido a partir de duas diretrizes: a eficiência operacional e a integração porto-cidade. Sobre este último aspecto, as principais medidas visam à redução das interferências nos acessos. Um dos projetos previstos no PDZ também é a eliminação de passagens de nível e indução ao desenvolvimento de passarelas com o objetivo de aumentar a segurança dos munícipes. Outros destaques são para a destinação do Cais do Valongo, na região do centro histórico, à movimentação de passageiros dos cruzeiros e a destinação da área da Prainha (Guarujá) à armazenagem e movimentação de carga geral.

Para pensar uma melhor relação porto-cidade, a Santos Port Authority (SPA) disse que realizou uma série de debates envolvendo não apenas a comunidade portuária e players do setor, mas também a sociedade civil. O objetivo foi incorporar no plano as sugestões de cada um dos segmentos. “O resultado é que a projeção de movimentação e ocupação das áreas portuárias trará mais conforto para o munícipe, com a diminuição do tráfego rodoviário, menos poluição do ar e sonora e maior geração de emprego e renda”, afirmou a SPA.

Além dos dois últimos leilões de arrendamentos áreas, realizados no último mês de agosto, o PDZ de Santos projeta mais seis novos arrendamentos, porém, ainda sem detalhes sobre datas e valores dos investimentos, pois dependem da publicação dos editais. Outro porto que também teve o novo PDZ aprovado este ano foi o Supe (PE). O plano trabalha com quatro horizontes: 2020, 2030, 2035 e pós 2035. Segundo informou o diretor de planejamento e gestão do porto, Francisco Martins, em cada um desses horizontes estão previstos ampliações de oferta de área dentro da zona portuária, principalmente berços, agregados à infraestrutura de canais de navegação. A maior parte dessa ampliação é prevista em médio prazo, com a implantação de cinco terminais de movimentação de cargas, nos próximos 15 anos.

Martins afirmou que o Porto de Suape foi pioneiro no conceito de planejamento territorial, e já nasceu inserido dentro do Plano de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Recife. Isso significa que as movimentações e operações portuárias têm pouca interferência em termos estruturais na cidade, e não gera “mazelas de estrangulamento” comuns a ambientes urbanos. Mas por outro lado, o porto mantém uma relação muito próxima com os munícipes, sobretudo das regiões de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, onde está localizado. “Poderíamos dizer que a temos uma relação porto-cidade intensa”, frisou Martins.

Uma das diretrizes do PDZ do Porto de Itaqui (MA), que teve seu novo plano aprovado recentemente, é fomentar projetos de arrendamentos que estejam sempre alinhados aos valores de sustentabilidade e responsabilidade social. Além disso, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) disse que acredita nas possibilidades da geração de emprego e renda na região, a partir dos novos projetos de arrendamentos, de forma que sejam muito benéficos para a comunidade.

A EMAP afirmou que no PDZ contém informações sobre áreas arrendadas e as que estão disponíveis para futuros arrendamentos em curto, médio e longo prazos. E dentro do planejamento estratégico do porto vem sendo estudado o momento mais adequado para o lançamento no mercado do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para um terminal de contêineres e de uma termoelétrica movida a GNL.

O Porto de Paranaguá, embora não tenha atualizado o PDZ este ano, destaca que o plano tem sido importante na gestão do porto, na medida em que traz, entre outros aspectos, sugestões para a redução de impactos na relação porto-cidade. Um dos principais impactos está no trânsito de caminhões nas vias de acesso ao porto. De acordo com a Autoridade Portuária, nos últimos 11 dias, por exemplo, passaram por lá 2.500 caminhões. Por esta razão, uma das medidas elaboradas foi a realização do cadastro prévio de caminhões. Com isso, o porto acompanha o caminhão desde sua saída da fazenda para evitar a formação de filas nos acessos.

Outra medida trata também do trânsito ferroviária. Uma das maiores reclamações da comunidade do entorno tem sido as manobras realizadas pelos trens que paralisa o trânsito por um longo tempo. A ideia do porto, portanto, é reduzir este tempo. Isso porque 25% das cargas chegam pelos trilhos, além disso, existem projetos de ampliação do uso desse modal.

Fonte: Portos e Navios

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