09/12/2020

Para consultor, BR do Mar deveria se preocupar com custos da cabotagem no país

 Para consultor, BR do Mar deveria se preocupar com custos da cabotagem no país


Apesar do texto-base do Projeto de Lei (n. 4199/2020), BR do Mar, ter sido aprovada pela Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (08), o PL continua dividindo opiniões. Para o consultor na área de transporte e logística, Nelson Carlini, o projeto carece de uma melhor fundamentação, além de não possuir fundamento na dinâmica do mercado brasileiro. A afirmação foi feita durante Webinar - Logística e Desenvolvimento no Estado do Rio de Janeiro, realizada nesta terça-feira (08).

De acordo com Carlini, a cabotagem de contêineres no país cresceu 20 vezes desde os anos noventa, aumentando a cada ano com uma taxa de 10%. Diante desse cenário, ele entende que o problema não está relacionado à capacidade de crescimento do segmento, mas sim ao custo da operação, fator este não abordado pelo projeto do governo.

“Para mim, existe um erro de diagnóstico e faltam soluções sobre o que realmente é necessário, que é estar fundamentada nas reduções de custos de operação, combustível, ICMS, o custo com a praticagem, com os seguros, entre outros. A burocracia imposta para a cabotagem é a mesma para a exportação e importação. São esses pontos que deveriam ser tocados pelo BR do Mar”, disse Carlini.

Ele destacou que o projeto visa realizar uma abertura para a entrada de empresas, porém, existem três grandes companhias mundiais no setor e todas elas já atuam no Brasil. Além disso, ele avalia que a ideia de colocar marítimos brasileiros em navios estrangeiros é “uma ilusão”, e que os conflitos trabalhistas vão começar a existir no mês seguinte à abertura do mercado.

Outro ponto abordado por Carlini é uma possível desconexão do projeto com o mercado brasileiro e com a característica da carga. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, segundo ele, o mercado é limitado às trocas comerciais com o estado de Minas Gerais, o que não dialoga com a proposta do projeto. Para este contexto, ele acredita que o ideal seja pensar em uma oportunidade de negociação entre ambos os estados sobre simplificação de tributação, documentação, entre outros, além de realizar melhorias de acessos ferroviários e rodoviários aos portos.

Carlini entende ainda que o projeto reforce o pensamento de que o Brasil possa ter um modal marítimo superior ao terrestre. Porém, segundo ele, isso não condiz com o atual contexto brasileiro. “O Brasil é todo voltado para dentro”, pontuou. Ele lembrou que não existe um rio, por exemplo, que traga a carga para Rio de Janeiro e outras regiões do Sudeste como acontece com o Arco Norte.

O BR do Mar, para o consultor, também tende a desestimular a indústria naval no Brasil. Ele disse que, ao contrário do que vem sendo dito pelo Ministério da Infraestrutura, o país já construiu todos os tipos de embarcações, porém, hoje está reduzido a “montadores de módulos” para plataformas construídas na China. “A construção naval passou a ser o patinho feio da indústria”, lamentou.

Fonte: Portos e Navios

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