A colaboração dos Operadores Logísticos (OLs) no suporte às mulheres que desejam exportar foi destacada pela diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, na manhã desta quarta-feira, durante o lançamento da segunda edição do Programa Mulheres Exportadoras - Orgulhosamente imparáveis, da UPS, empresa filiada a Associação, que em 2021 conseguiu capacitar mais de 3 mil empresárias na América Latina. Os dados apresentados por Marcella integram o novo estudo do OL no País, desenvolvido em parceria com o ILOS, e apontam o crescimento do setor, que se mostrou, inclusive, alinhado ao nicho de maior atuação das mulheres a nível mundial.
De acordo com o material, as áreas de cosmético e beleza tiveram um aumento significativo em 2021, assim como as vendas online, impulsionadas pela pandemia do coronavírus. "Apesar da área de beleza estar em evidência e, em alguns casos, ligada a atuação das mulheres, isso não significa que esteja limitada ao público feminino. O programa da UPS e os demais realizados a nívem nacional visam justamente ampliar a participação das mulheres, que estão prontas para atuar em qualquer mercado, sem qualquer fator limitador ou ligação com o gênero", disse Marcella.
A informação foi corroborada por Anna Mori, representante do International Trade Centre (ITC), que trouxe números surpreendentes, quando se trata do empreendedorismo feminino no Brasil e no Mundo. Segundo ela, em 18 países as mulheres não podem ingressar no mercado de trabalho sem autorização de um homem. Em 32 países precisam de permissão para tirar o passaporte. E em 4 países não podem registrar o seu próprio comércio. Ao mesmo tempo, um dado positivo revela que 172 países têm empreendedoras com seus projetos em andamento. O cenário deixou clara a importância de projetos como o realizado pela UPS.
Um pesquisa interna, entre os associados da ABOL, trazida por Marcella, também revelou um aumento no número de contratações de mulheres, apesar de ainda haver muito espaço para incremento, sobretudo, em áreas como a de operações e cargos de chefia.
"Vivemos num setor ainda muito masculinizado, com uma parcela pequena de mulheres em termos, por exemplo, de representatividade. No entanto, nos últimos cinco anos, as empresas passaram a criar políticas internas voltadas para a diversidade das equipes, com alta na contratação de mão de obra feminina. Seja no ecommerce ou na ponta da logística, ainda há espaço para as mulheres ingressarem no setor", ressaltou a diretora executiva da ABOL.
O Programa da UPS tem como objetivo principal romper barreiras e contar com ferramentas para enfrentar os desafios logísticos, aumentando a capacidade de produtividade e exportação para todo o Mundo. A novidade da segunda edição fica para a parceria com o Instituto Tecnológico de Monterrey, que vai oferecer sessões de capacitação online.
"Estima-se que eliminar a diferença de gênero pode incrementar em 28 bilhões de dólares o PIB até 2025", afirmou a head de marketing da UPS no Brasil, Danielly Sertrini. A CEO da Operadora Logística, Nadir Moreno, também mostrou que hoje no Brasil as pequenas e médias empresas empregam 7.3 milhões de mulheres. Desse total, 15% exportam. Já o relatório MindMiners apontou que 41% das mulheres são empreendedoras contra 59% dos homens. "Os dados mostram que há um importante trabalho a ser feito para reverter esse quadro".
