23/09/2022

'Open Logistics' é visto como nova revolução do ecossistema logístico

 'Open Logistics' é visto como nova revolução do ecossistema logístico



 pandemia trouxe sérias sequelas para a humanidade e para a economia global. Por outro lado, acelerou processos de transformação digital nos negócios, como o advento do 'Open Banking', por exemplo, que democratizou o acesso aos chamados “brasileiros desbancarizados”, nos últimos dois anos. Agora, um novo modelo vem prometendo revolucionar o ecossistema logístico: o 'Open Logistics'.


O CEO da Rabbot, plataforma de automação e orquestração do ecossistema de frotas, Bruno Pelikan, disse que as dinâmicas desse novo sistema, que vêm surgindo em diversos setores ligados ao setor de transporte e logística, 'bebem de uma mesma fonte': utilizar os recursos que já existem, mas conectando todos eles, com o objetivo de alcançar um efeito de maior inovação e envolvendo toda uma cadeia produtiva de agentes rastreadores, telemetria, motoristas de caminhão, guincheiros, funileiros, entre outros, com o propósito de chegar à eficiência, a partir do compartilhamento de uma mesma infraestrutura.


“Na dinâmica do setor marítimo é o mesmo caminho: os navios possuem sistemas e hardwares de medição, como a geolocalização que acompanha sua chegada ao porto, calculando o ‘transit time’ (tempo de trânsito), para entender quando vai ocorrer o atracamento, o desembarque e o descarregamento desse navio. Também é a mesma dinâmica nas rodovias, ao medir micropontos dessa jornada, a partir de tecnologias e infraestruturas que já existem no setor, para conseguir gerar uma cadeia open-conectada”, relatou o executivo à Portos e Navios.


Pelikan resumiu que o Open Logistics é um conjunto de tecnologias que têm como propósito viabilizar a “verdadeira digitalização logística”, ou seja, o uso da tecnologia em toda sua potência, permitindo que empresas, ao digitalizarem seus processos, consigam se conectar com seus parceiros de negócios, dentro desse ecossistema logístico, com mais transparência e colaboração entre eles, considerando o uso da inteligência preditiva e a troca de dados em tempo real.


Conforme o CEO da Rabbot, pelo Open Logistics, as operações podem ser totalmente orquestradas, levando em conta a possibilidade de conectar sistemas e diferentes setores operacionais; integrando e centralizando todos os dados e informações instantâneas e em um só lugar; digitalizando e reinventando processos; garantindo uma conexão direta entre todos os atores envolvidos na cadeia logística por meio de APIs (Interface de Programação de Aplicação), possibilitando que sistemas e aplicações compartilhem dados entre si. “A partir disso, as empresas aumentam sua eficiência, reduzem custos e ganham mais agilidade, flexibilidade e escalabilidade para suas rotinas operacionais.”


Em sua opinião,  não há mais espaço para sistemas desconectados, que operem isoladamente e solucionam apenas parte dos problemas. “Para superar os desafios da cadeia logística no Brasil é urgente pensarmos e trabalharmos juntos, como parceiros. É isso que o Open Logistics propõe: transformar a realidade operacional do ecossistema logístico e obter eficiência em escala, de forma colaborativa e tecnológica”.


Ao analisar o cenário das atividades portuárias, que ainda utilizam bastante papel e planilhas de computador já vistas como obsoletas, além da transformação digital que vem ocorrendo de forma mais lenta, em comparação a outros negócios, o CEO da Rabbot enxerga esse processo como uma era cíclica. “Por onde inicia a inovação, geralmente, ela começa por uma equação de restrição, de não abundância de dados, ou seja, uma dinâmica de restrição. Talvez, o ecossistema portuário ainda não tenha tido essa dinâmica de restrição, sob o ponto de vista de mercado”, comentou o executivo.


Conforme Pelikan, a velocidade da inovação na dinâmica portuária – ou em qualquer dinâmica mercadológica – ocorre por uma equação de restrição como primeiro elemento. Portanto, se não há restrição de recursos, eventualmente ela não vai acontecer. “O segundo elemento de inovação surge em um mercado de dispersão de players e de abundância, sob o ponto de vista dos operantes. O Brasil tem mais de 500 mil CNPJs de transportadoras e, automaticamente, a competição é maior. Por isso, a inovação tem de estar mais presente, pois, quando não avançamos nesse processo, o efeito da inovação talvez seja mais tardio”, analisou.


O executivo acrescentou que esse cenário é observado em dinâmicas de aeroportos, montadoras, entre outras, em que são poucos os players que dominam uma cadeia produtiva. “Nesses mercados mais concentrados, o que vemos é que esses players – que estão saindo à frente, rompendo essas barreiras tecnológicas, se movimentando e lutando contra o ‘status quo’ – serão os que, de fato, vão liderar as próximas jornadas das próximas dinâmicas de mercado”. Conforme Pelikan, o terceiro elemento da equação de inovação envolve uma dinâmica de que não é possível superinovar, se não tiver “elementos outsiders”: “Colocar pessoas de outros mercados nas operações portuárias, talvez isso venha com uma cabeça outsider, para fazer a inovação”.


Segurança de dados


Ao tratar da segurança de dados no Open Logistics, assim como o Open Banking foi bastante alvo desse tipo de questionamento, o executivo acredita que, por mais que o cenário global – do ponto de vista de segurança – não seja dos melhores, devido principalmente aos ataques de hackers, o mundo nunca esteve tão seguro e tentando antecipar problemas.


“Obviamente existem falhas, pois a fraude está sempre à frente das soluções. Mas quando falamos de Open Logistics – considerando o transporte de cargas e veículos, conexão com montadoras, oficinas, entre outras –, esses dados transitam em cadeias de segurança, que não são facilmente acessados por um usuário do dia a dia. As dinâmicas de segurança com servidores que temos, hoje em dia, são muito avançadas. A inovação e a tecnologia trouxeram até mais segurança sobre esse tema, porque antigamente tínhamos várias portas para travar o acesso. E quando falamos de Open Logistics, todos testam todos ao mesmo tempo e o tempo todo”, ressaltou Pelikan.


Fonte: Portos e Navios



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