21/10/2020

O just in time ganhará nova dinâmica

 O just in time ganhará nova dinâmica


Afirmação é do diretor presidente e CEO da ABOL- Associação Brasileira de Operadores Logísticos e conselheiro do Brasil Export, Cesar Meireles, que participou de painel organizado pelo Sudeste Export, evento regional do Fórum Brasil Export, com a proposta de discutir o tema Protecionismo x Globalização – Oportunidade para a Indústria Nacional

O diretor presidente e CEO da ABOL – Associação Brasileira de Operadores Logísticos e conselheiro do Brasil Export, Cesar Meireles, participou de painel organizado pelo Sudeste Export, evento regional do Fórum Brasil Export, com a proposta de discutir o tema Protecionismo x Globalização – Oportunidade para a Indústria Nacional.

A apresentação ficou a cargo do diretor de operações da Santos Brasil e conselheiro do Sudeste Export, Roberto Teller, com mediação feita pelo gerente executivo do SOPESP (Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo) e Conselheiro do Sudeste Export, Ricardo Molitzas. “Embora o mundo esteja passando por várias transformações, a globalização segue seu curso, tendo diminuído seu ritmo por conta da pandemia. As relações comerciais entre países ficaram mais difíceis, pelo fechamento das fronteiras. Por outro lado, temos no nosso país o agronegócio com todo o seu potencial, e os desafios ambientais que se apresentam podem ser decisivos para a competitividade e a expansão do protagonismo brasileiro no cenário internacional. Como aumentar a produtividade e contar com uma logística mais eficiente para viabilizar o escoamento das safras? Essas são questões fundamentais para o futuro do país nesse setor”, provocou o moderador.

Na sua exposição, o diretor presidente e CEO da ABOL concordou com o colega Molitzas na avaliação de que, mesmo depois da maior crise das últimas décadas, os eixos da dinâmica do comércio internacional não serão transformados.

“Estávamos muito dependentes de cadeias mundiais de suprimento e, diante de uma circunstância de restrição, ficamos obrigados a readaptar o modelo muito rapidamente, deixando a visão just in time para adotar o just in case, como forma de atender às demandas características de cada cadeia produtiva. No nosso ponto de vista, o just in time ganhará outra dinâmica, seguindo novos moldes em determinadas cadeias produtivas”.

Meireles destacou que várias mudanças já vinham em curso, como a redefinição de uma nova urbis, dos novos modelos das cidades, nas quais se buscava morar, trabalhar, praticar o laser e consumir em lugares mais próximos, seja por questões de sustentabilidade ou limitações urbanas e ambientais, entre outras.

“É importante fazer essa colocação na perspectiva logística, do ponto de vista de atendimento à última milha do suprimento e atendimento desses novos modelos, cuja definição daqui para a frente ainda não sabemos”, disse ele, acrescentando: “Em qualquer condição e em todas as cadeias produtivas, o Operador Logístico atua como a figura que procura atender à integração desses elos da cadeia logística de valor em nível mais amplo. Durante a pandemia, nos últimos seis meses, vimos a importância dos Operadores Logísticos como atividade essencial no atendimento a todas as demandas da sociedade, e vamos alcançar todas as cadeias produtivas. Nesta nossa visão, ao nos deparamos com a dinâmica do novo comércio eletrônico, evidencia-se outra irreversibilidade: a relação B2C (Business to Consumer) e agora a variação P2P (Person to Person) – as trocas comerciais entre pessoas. Em todas essas modalidades, tanto a logística quanto os Operadores Logísticos são demandados, o que, portanto, representa a existência de infinitas oportunidades nessa seara da logística”.

O diretor presidente e CEO da ABOL finalizou sua participação reafirmando a crucial importância dos Operadores Logísticos no contexto atual: “Estamos na iminência da distribuição das vacinas. Com sorte, no início do próximo ano estaremos em franca operação, e tenho o orgulho e a felicidade de dizer que 100% das vacinas serão armazenadas, transportadas e distribuídas por Operadores Logísticos, que, na sua totalidade, fazem parte da ABOL, porque atuam com todos os _stakeholders _públicos e privados”.

Diretora do Programa da Secretaria de Parcerias em Transportes no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), Ana Luiza Becker Salles fez sua apresentação sobre os avanços conquistados. “É enorme a importância da desregulamentação e outras reformas no aumento do potencial de atratividade do país para investidores internacionais, o que pode viabilizar projetos estruturais, visto que hoje o Estado não tem recursos para tal”, disse.

Já o supervisor da Unidade de Serviços de Infraestrutura da Divisão de Comércio Internacional e Integração da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas, Ricardo J. Sánchez, fez questão de salientar a extrema relevância do impacto da pandemia na globalização, por estar diretamente ligado à forma de recuperação das economias pelo mundo. “Ao longo do ano registramos diminuição de 14% no volume de importação e de 22% no de exportação. No comércio internacional, diminuiu o volume relativo à América Latina, com especial ênfase na área inter-regional. Tal colapso significa perda da capacidade do setor industrial e menor possibilidade de internacionalização para as empresas. Prevemos, portanto, maior incerteza e elevação do grau de protecionismo. Acredito que o maior inimigo da recuperação econômica reside no risco de um novo surto de Covid-19 e nas nefastas implicações de uma segunda onda de contaminação. A nova economia que surgirá após o período pandêmico terá diferenças importantes, mas, no caso da América Latina – e especialmente do Brasil –, pode significar oportunidade de crescimento”.

O diretor comercial e de relações institucionais da DP World, Fábio Siccherino, comentou as relações comerciais entre os países. “Em 2019, US$ 19 trilhões foram negociados no comércio global. O Brasil, a nona economia mundial, participou com pouco mais de 1% desse volume, como reflexo das características de infraestrutura, sistema tributário e segurança jurídica, entre outras. Acredito que a globalização continuará, embora de forma diferente. Na pandemia perceberam-se várias vulnerabilidades nas cadeias de valor, e todos se perguntam como reduzir as fragilidades claramente reveladas. Pensar em protecionismo não gera solução para vulnerabilidades, mas sim altos custos econômicos e sociais, porque a economia vai se fechando e, assim, deixa de aproveitar os focos de eficiência. Necessitamos de cadeias cada vez mais ágeis e capazes de reagir com rapidez às adversidades e às novas modalidades de consumo e demanda que se apresentam”.

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