A NovoAgro Ventures, companhia que ajuda startups de agronegócios a atravessarem o “vale da morte”, como diz seu CEO, Leonardo Dias, já é sócia de 12 empreendedores. A meta é anexar ao menos outras 18 startups à carteira até meados desta década. Fundada em maio de 2020 e com R$ 2,5 milhões em caixa, a empresa agora quer captar mais R$ 3,5 milhões para auxiliar projetos de agritechs que desenvolvem soluções tecnológicas voltadas ao setor.
“Entramos naquele estágio após o período de aceleração e incubação, mas antes do venture capital, quando muitos projetos podem ‘morrer’”, resume Dias. Segundo ele, a ideia é identificar as “dores” do empreendedor e prestar consultoria. “Queremos que ele esteja focado no desenvolvimento do produto ou serviço, enquanto ajudamos com marketing, governança, vendas, gestão, jurídico”. Dias afirma que os recursos investidos pela NovoAgro são “cirúrgicos”. O objetivo é preparar a startup para receber injeções maiores em rodadas de venture capital.
A carteira da NovoAgro reúne startups de soluções para café, leite, gado e insumos. De modo geral, são plataformas digitais que contribuem para a compra de matérias-primas, venda de produtos e serviços a clientes e gestão de processos para melhorar a eficiência nas fazendas.
A companhia tem por trás a expertise de sócios como a Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e a FCJ Venture Builder - que atua na América Latina, Estados Unidos, Portugal e Finlândia. Venture builders têm como foco desenvolver startups. Ao todo, o projeto conta com 85 investidores.
Uma das primeiras startups que chegaram à carteira da empresa foi a Agrorigem, plataforma digital que comercializa cafés especiais no país e no exterior. Simplificando: a startup busca fazer o “match” entre importadores, torrefadores ou cafeterias e produtores de grãos especiais, como explica a sócia fundadora Daniele Carvalho. Por ora, a ferramenta usada para o marketplace é um site, mas há planos para um aplicativo.
Daniele é filha de produtor agrícola de Santa Rita do Sapucaí (MG) e deu os primeiros passos no universo do café em 2015. “Foi quando meu pai me chamou para ajudar nos negócios da família. Eu tinha passado uma temporada estudando fora do país e, ao voltar, trabalhava em uma empresa de engenharia”, conta ela, que é formada em administração.
A empreendedora se envolveu com o café e se encantou pelos especiais - a ponto de se tornar Q-Grader (profissional que avalia a qualidade dos grãos especiais). Após alguns anos de trajetória mundo afora e Brasil adentro, em 2019 fundou a Agrorigem. Segundo ela, a NovoAgro, que chegou em 2020 ao projeto, contribuiu com o jurídico, o marketing e ajudou a ampliar a base de fornecedores de café em 30%. Hoje a startup reúne cerca de 127 cafeicultores, entre eles, o pai de Daniele.
“Mesmo com a qualidade que entregamos, a intermediação para acertar o preço de venda tem sido desafiadora. Fora a dificuldade logística”, diz. Além disso, as exigências vão além do aroma, que é o “básico” no mercado de grãos especiais. “Os compradores querem saber todos os detalhes da produção”.
Apesar dos desafios, a Agrorigem tem unido produtores e torrefadores de grãos especiais. Neste ano, exportou para Reino Unido e Austrália, e há vendas engatilhadas para Egito, Israel e Holanda. Recente viagem a Dubai também poderá render frutos. No futuro, o objetivo é embarcar ao menos 30 contêineres (cada um com 320 sacas de 60 quilos) de cafés especiais por ano. Hoje são cerca de três.
Fonte: Valor Econômico
27/11/2024
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