02/12/2020

Multimodalidade se apoia em diálogo, digitalização e desburocratização

 Multimodalidade se apoia em diálogo, digitalização e desburocratização


Investimentos para melhorias nos diferentes modais de transportes são necessários para desenvolver a multimodalidade no Brasil, mas há outros fatores determinantes para que isso se torne uma realidade. O diálogo entre os diferentes setores, a digitalização e a desburocratização dos processos são os pilares para a integração dos modais, na opinião de agentes do mercado presentes à edição deste ano do Fórum Brasil Export.

Diretores de associações do setor de transportes, autoridades de governo e representantes do mercado participaram, na terça-feira (24), do painel sobre “A Importância de uma Multimodalidade Eficiente para a Competitividade do Brasil no Cenário Internacional”.

Segundo Cesar Meireles, diretor-presidente e CEO da ABOL (Associação Brasileira dos Operadores Logísticos) e conselheiro nacional do Brasil Export,e hora de todas as entidades, governamentais e privadas, abrirem seus canais de diálogos para atingir o objetivo da multimodalidade.

“Entendo que estamos fechando um ciclo e abrindo outro em relação à multimodalidade. Acho que é hora de abrirmos nossas casas, entidades, associações, federações e sindicatos para sacramentarmos a multimodalidade no Brasil. E que assim seja no Parlamento, ministérios e governos estaduais”, disse.

Para Guilherme Luiz Bianco, diretor de Transporte Rodoviário do Ministério da Infraestrutura, a competitividade do país será diretamente proporcional à qualidade da infraestrutura, ao ambiente de negócios e à diminuição da burocracia. Sob a liderança do ministro Tarcísio de Freitas, a pasta busca criar políticas que possam atender a esses objetivos.

“Quando estou falando de política pública não estou falando de mais Estado, mas sim de desburocratizar. Tirar as amarras para que a iniciativa privada rode sozinha. Esse é o nosso objetivo. Nosso planejamento é tratar dos corredores logísticos estratégicos sendo olhados de forma integrada”, disse.

A fala de Bianco foi corroborada por Thiago de Castro Sousa, gerente de Regulação Aplicada da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Segundo ele, a ideia do órgão é integrar todos os agentes para desburocratizar o setor de infraestrutura.

“A nossa grande preocupação é simplificar e desburocratizar”, disse Sousa, lembrando da integração entre os órgãos de governo. “Muitas vezes o setor regulado, e o consumidor que depende desse serviço, perde muito do seu tempo, dinheiro e da capacidade de investimentos esperando a agência tomar uma decisão.”

Sousa apontou ainda que todas as regulações devem possuir uma Temos decretos e regulações com mais de 200 anos e que ainda causam impactos. Quando olhamos para onde queremos estar, vemos que existem boas práticas com boas ideias e que precisamos dar um freio de regulação” Thiago de Castro Sousa, gerente de Regulação Aplicada da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) análise de impacto regulatório precisa. Por isso, experimentos estão sendo feitos com diferentes projetos, em diferentes modais, com o fim de reduzir o custo regulatório.

Os principais impactos serão trazidos com a digitalização e simplificação nas diferentes regulações. Num primeiro piloto com cinco procedimentos em diferentes modais, os processos de digitalização, simplificação e racionalização dos recursos tiveram um resultado expressivo.

“Estimamos que algumas medidas conseguirão reduzir, em cinco anos, quase R$ 1 bilhão. Para este ano temos uma meta de redução de R$ 850 milhões e vamos cumprir, principalmente através de digitalização e simplificação”, explicou.

Durante o seminário também foi apontada a necessidade de investimentos para a melhoria das estradas. Foi o que mostrou Bruno Batista, diretor-executivo da CNT (Confederação Nacional do Transporte). O objetivo desses investimentos é melhorar as estradas do país – ainda o principal meio de transporte de cargas e passageiros –, diminuindo os custos operacionais das empresas do setor.

“O principal sistema é o modal rodoviário. Ele é o grande sistema alimentador. Apesar dos esforços de concessão, ainda existe uma parte restrita que são delegadas aos municípios, que têm problemas”, informou Batista.

Para ele, além dessa grande iniciativa para fomentar as concessões, é preciso também não desviar o foco da maior parte das rodovias, que não podem ser concedidas por não serem atrativas.

“O governo tem que atuar de uma forma bastante contundente nesses locais. É um absurdo o que as empresas perdem com custos operacionais”, comentou.

Outro ponto levantado no debate foi o de que houve uma melhora da relação entre reguladores e regulados. O argumento foi trazido por Rodrigo Vilaça, diretor da FGV Transportes, CEO da Itapemirim Transportes e conselheiro nacional do Brasil Export.

“Tenho o entendimento de que as agências reguladoras, que todos nós estamos elogiando, demonstram uma capacidade de equipe e união que emana prazer em estar dialogando. No entanto, há pontos e barreiras que ainda precisamos avançar, mas há diálogo”, disse.

Graças a essa melhora na relação, Vilaça explicou que há uma expectativa positiva para os futuros indicados pelo governo para ocupar o cargo de diretoria da ANTT.

“Muito em breve veremos um novo diretor-geral na ANTT e vamos ter um novo horizonte onde técnicos estarão com a consciência de que o empresário irá participar do diálogo”, comentou.

Fonte: Folha de SP

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