14/03/2024

Multilog vai investir R$ 500 milhões em novo porto seco em Foz do Iguaçu

 Multilog vai investir R$ 500 milhões em novo porto seco em Foz do Iguaçu



A operadora logística Multilog vai investir R$ 500 milhões na construção de um porto seco, em Foz do Iguaçu (PR), como aposta na força do agronegócio do Brasil e do Paraguai e contando com a retomada do crescimento econômico da Argentina. A previsão de início das obras é ainda no primeiro semestre de 2024.


A Multilog já opera um porto seco na mesma cidade, mas que está no limite de sua capacidade. Com a nova infraestrutura, a empresa vai dobrar as instalações para receber caminhões, abrindo frente para o setor agrícola do oeste do Paraná, forte produtor de grãos, além de carnes, entre outros produtos. A antiga área será devolvida para a União, quando o futuro porto for inaugurado.


O Paraguai compartilha a mesma vocação econômica, mas sua produção é escoada pelos portos brasileiros. Em relação à Argentina, o comércio exterior fortalece uma rota alternativa para Buenos Aires, via Foz do Iguaçu.


Ao Valor, o presidente da companhia, Djalma Vilela, lembra que a empresa venceu a licitação para a construção das novas instalações. A área adquirida para as obras, de 550 mil m2, também fica na região da tríplice fronteira.


“A atual área pertence à União. Esse novo porto fica em uma locação privada nossa. Ela está dimensionada para receber até 2 mil caminhões por dia em até 15 anos, uma vez que o setor logístico e a Receita Federal entendem que vai haver um incremento do comércio internacional na região”, diz. Os investimentos de R$ 500 milhões, segundo Vilela, serão divididos em duas fases. “Na fase inicial vamos aportar R$ 240 milhões.”


Cerca de 30% das obras serão custeadas com caixa da empresa e a diferença por meio de debêntures. A empresa é uma das grandes operadoras de recintos alfandegados de zona secundária (áreas destinadas a operar na movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro) e administra 14 terminais dos 60 existentes no país.


Em relação à armazenagem, são 4,2 mil m2 de área coberta fechada, incluindo mais de 600 m2 de câmara fria, com três docas para o depósito de produtos que necessitam de temperaturas controladas. Pelo alto fluxo de pessoas e descaminho de cargas, o terminal terá 500 câmeras de monitoramento, além de scanners de controle.


A cidade vem recebendo aportes em infraestrutura, bancados principalmente pela usina de Itaipu via tarifa paga pelo consumidor. Entre as obras, destacam-se a construção da Ponte da Integração Brasil - Paraguai, a Perimetral Leste, a Estrada Boiadeira, a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469), que beneficiam regionalmente a exportação e importação.


No caso da Ponte da Integração, a obra custou R$ 322 milhões e foi feita para desafogar o tráfego de veículos pesados na Ponte da Amizade, que também liga o Brasil ao Paraguai. Contudo, ela está pronta há mais de um ano, mas até hoje não foi liberada por falta de duanas e postos de fiscalização. A ponte deve ser liberada para uso em julho de 2025, que coincide com a entrada comercial do novo porto.


As autoridades locais comemoram a construção do empreendimento. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, Danilo Vendrúsculo, disse que com novo empreendimento, Foz se consolidará como o maior porto seco da América Latina.


No entanto, o pleito da região era para a existência de um porto seco multimodal, capaz de integrar o transporte rodoviário com outros modais. O governo do Paraná informou que trabalha no projeto da extensão do ramal da Ferroeste de Cascavel (PR) a Foz do Iguaçu (PR) e na concessão dos aeroportos. Após as obras de ampliação, o aeroporto de Foz passou a ter a segunda maior pista do Sul do país, mas a concessionária CCR precisa fazer a homologação da expansão.


Vilela disse que a empresa tem disposição de fazer investimentos futuros para que o empreendimento seja integrado com diversos modais, mas frisa que é preciso uma política de Estado para fomento e incentivo, além da redução da burocracia para operação multimodal. A concessão da Multilog pode ser estendida por até 35 anos, porém o empresário acredita que os contratos de concessão no Brasil poderiam ter 50 anos.


“Precisamos de contratos estáveis, segurança jurídica e licitações em que os empresários consigam fazer o ‘payback’ do investimento”, explica.


Ao Valor, o governador Ratinho Jr (PSD/PR) disse que o objetivo é transformar o Paraná na central logística da América do Sul. O Estado tem investido na duplicação de corredores viários e tirou do papel projetos estratégicos do Porto de Paranaguá, que bateu no ano passado recorde de exportação. “A chegada de mais esse investimento demonstra que o planejamento tem dado resultado. Não por acaso o Banco Central apontou que o Paraná foi o Estado que mais cresceu em 2023, atingindo 7,8%, índice superior à China e três vezes mais que o próprio Brasil.”


Valor Econômico



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