Cinco meses depois de comprar a Martins & Medeiros, a Multilog acaba de fechar a aquisição da Apoio Logística, que pode adicionar mais 15% de faturamento no ano que vem. A operadora logística catarinense também tem conseguido manter a expansão orgânica e o alinhamento das duas estratégias fez a Multilog antecipar em três anos a meta de receita.
A companhia projetava atingir R$ 1 bilhão em faturamento daqui a três anos, mas vai fechar 2022 neste patamar. Com a incorporação das duas aquisições do ano, deve saltar a R$ 1,4 bilhão em 2023.
Enquanto a transação da Martins & Medeiros agregou operação na região Nordeste, a compra da Apoio vai ajudar a companhia na diversificação de portfólio de serviços com centros de distribuição não-alfandegados — algo que a empresa vem buscando desde 2017.
“Há 10 anos, a Multilog era 100% dependente de recintos alfandegados e estamos buscando com aquisições um complemento de serviços, como é o caso da Apoio”, explica Djalma Vilela, CEO da Multilog. “Vejo que é um momento ainda de amadurecimento do setor logístico no Brasil. Temos um mercado bastante pulverizado e grande potencial de crescimento no nosso país que é continental.
A Multilog adiou para o ano que vem um plano de emissão de debêntures, inicialmente de R$ 500 milhões, dado o ajuste na curva de juros que tornou a dívida mais cara. A companhia não tinha urgência na captação, dado que consegue bancar as duas compras deste ano com a geração de caixa e com financiamento bancário.
Para o próximo ano, a empresa já tem em vista duas aquisições, e aí o acesso ao mercado de capitais pode vir a calhar - inclusive com oferta de ações. A Multilog trabalha com a possibilidade de um IPO no ano que vem, o que vai depender do momento de mercado.
Nas transações de M&A em discussão, uma já está em diligência avançada e deve ser finalizada entre fevereiro e abril, e a outra deve ficar para o segundo semestre. No ano seguinte, em 2024, a ideia é chegar a pelo menos mais um país do Mercosul.
Fonte: O Globo