Em 2022, apenas 3,4% dos condutores habilitados para dirigir caminhões, ônibus e carretas eram mulheres, de acordo com a Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran). Em São Paulo, dos 70.641 motoristas admitidos em 2021, apenas 1,51% eram do gênero feminino, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Apesar do setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) ter aumentado em 61% as contrações de mulheres em 2022, de acordo com o Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão de pesquisa parceiro do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), a maioria dessas mulheres ainda se concentra em áreas administrativas.
Para a presidente do sindicato, o gradual aumento no número de motoristas femininas é um reflexo das práticas de ESG. "A grande maioria das empresas possui vagas de motoristas em aberto e, aliadas às pautas ESG (do inglês governança ambiental, social e corporativa, conjunto de práticas voltadas para o desenvolvimento sustentável), tais oportunidades se tornam cruciais para a sustentabilidade dos negócios e toda equipe de RH está atenta para a diversidade nos processos seletivos", pontua Ana Jarrouge.
Conforme informações do Banco Mundial, a inclusão de mulheres no mercado pode trazer mais arrecadação para um país. Há uma estimativa que um país perca US$ 160 trilhões (R$ 855 trilhões) em impostos por não ter homens e mulheres trabalhando em status de igualdade.
"Falar sobre mulheres não é modismo como muitos pensam. Simplesmente é uma questão social de extrema importância, sobre a qual teremos que falar para que a sociedade, como um todo, perceba que as condições, as oportunidades e o espaço ainda não são igualitários. O esforço e a lembrança são necessários para que tudo isso ocorra. Não queremos ter mais do que os homens: queremos ter as mesmas oportunidades. Queremos ter vez e voz, sempre", finaliza a presidente executiva.
Para incentivar empresas a incluírem mulheres em seus quadros de funcionários foi criado o Projeto de Lei 2.493/22 que propõe uma reserva de 5% às mulheres em vagas de trabalho como motorista profissional. O PL já foi aprovado e aguarda a designação de relator na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.
Fonte: Tecnologística