A melhor forma de conter escaladas de preços é seguir com o processo de desoneração do setor produtivo, segundo Silvana Dilly, superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal).
Em evento do setor supermercadista na sexta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fizeram um apelo para que as cadeias produtivas segurem aumentos de preços e diminuam margens de lucro para conter a inflação.
“Não se pode segurar todos os preços, sob risco de inviabilizar a produção e, com ela, milhares de empregos. Pensamos que é dever do Poder Público adotar medidas que estejam ao alcance para conter o aumento da inflação. Não é uma responsabilidade da indústria”, acrescentou Dilly, após ser questionada pelo Valor sobre os pedidos de Guedes e Bolsonaro.
A executiva afirmou ainda que a indústria de componentes e insumos para calçados está com margens apertadas e vem procurando segurar repasses desde o início da escalada da inflação.
Para ela, houve avanços nas iniciativas governamentais para reduzir os custos de produção, com a manutenção da desoneração da folha de pagamentos e a recente redução do IPI, mas há espaço para mais redução.
“A indústria, de uma maneira geral, está fazendo o possível do portão para dentro, com reduções de custos por meio da automação e o consequente aumento da produtividade, mas precisa que o governo amplie o processo de desoneração da atividade.”
A superintendente da Assintecal defende ainda avanço urgente das reformas tributária e administrativa. “É preciso diminuir o tamanho do Estado, abrindo espaço para a redução dos tributos, o que terá reflexo na maior atração de investimentos. Outro desafio importante diz respeito aos investimentos na malha logística, considerada cara e ineficiente”, completou.
Fonte: Valor Econômico