Navios que tentam evitar atrasos devido às restrições contra a covid-19 na China estão indo direto para Xangai, causando um congestionamento crescente no maior porto de contêineres do mundo.
Empresas de transporte marítimo estão fazendo a alteração para evitar atrasos na cidade vizinha de Ningbo, que suspendeu alguns serviços de transporte rodoviário em seu porto após um surto de covid-19. Os navios também estão sendo redirecionados para Xiamen, no sul, mostram dados de transporte da Bloomberg.
Esses desvios estão aumentando a onda de congestionamentos nos portos da China, à medida que um número crescentes de cidades lida com os surtos do vírus. A política rigorosa de testes dos trabalhadores e dos caminhoneiros antes do feriado do Ano Novo Lunar, no final deste mês, estão pressionando ainda mais as cadeias de suprimento em um momento em que a pandemia entra em seu terceiro ano.
Em Shenzhen, principal centro tecnológico do país, testes nos moradores e caminhoneiros para conter um surto provocaram uma fila de navios no porto. Isso fez com que o terminal de Shekou começasse a restringir a entrada de mercadorias, o que significa que, a partir de sexta-feira, os contêineres cheios só podem ser transportados três dias antes da chegada dos navios, disse o operador do terminal.
Enquanto isso, a cidade de Tianjin, ordenou que os trabalhadores fizessem uma pausa de meio dia para se submeter a testes de covid-19, em um esforço das autoridades para conter a propagação da variante ômicron. Estima-se que a capacidade de transporte por caminhão está na metade dos níveis normais, e os motoristas devem ser testados diariamente antes de entrar no porto, disse Alex Hersham, presidente-executivo da empresa de fretes Zencargo.
O surto agora se espalhou para a cidade portuária de Dalian, após as autoridades confirmarem que duas pessoas que viajaram para lá vindas de Tianjin estão com a ômicron.
O fluxo de embarcações em Xangai atrasou o horário de partida dos navios porta-contêineres em cerca de uma semana, disseram analistas. Esses atrasos podem afetar portos já sobrecarregados nos EUA e na Europa. Os navios podem começar a evitar os portos chineses em breve devido à falta de opções, de acordo com Hersham, da Zencargo.
Fonte: Valor Econômico
27/11/2024
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