30/10/2024

Lei do Combustível do Futuro promete descarbonização, mas regulação é desafio

 Lei do Combustível do Futuro promete descarbonização, mas regulação é desafio



A sanção da Lei do Combustível do Futuro marca um passo importante na agenda de transição energética e descarbonização dos setores de mobilidade e transporte no Brasil. A medida, que faz parte do Projeto de Lei n.º 528/2020, tem como objetivo promover o desenvolvimento e o uso de combustíveis de baixo carbono, como o diesel verde, biometano e o combustível sustentável de aviação (SAF).


Durante a cerimônia de sanção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de líderes empresariais, reforçou o compromisso do governo com a redução de emissões e o incentivo à produção de energias renováveis. O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, esteve presente no evento, assinando uma carta que destaca os investimentos da companhia no setor, incluindo um aporte de R$ 11,5 bilhões para o desenvolvimento de novas plantas de etanol de segunda geração (E2G) e biometano.


“O Brasil tem todas as ferramentas para ser líder e exemplo em transição energética para o mundo. Com o Combustível do Futuro, ganhamos mais força e incentivo para descarbonizar nossas frotas, impactando positivamente todos os setores econômicos e sociais”, disse Mussa.


No campo privado, a Raízen, uma das principais produtoras de etanol no mundo, planeja expandir a produção de E2G, que utiliza o bagaço da cana-de-açúcar, elevando a capacidade de produção de etanol sem a necessidade de aumentar áreas de plantio.


O  novo marco legal também estabelece metas de redução de emissões para operadores aéreos a partir de 2027, exigindo o uso de SAF em aeronaves. A Raízen, que já possui certificações internacionais para o uso desse combustível, foi a primeira empresa do setor a receber o selo ISCC CORSIA Plus, que atesta a conformidade do etanol produzido pela companhia para a aviação sustentável.


DESAFIOS E O “DIA SEGUINTE” DA REGULAÇÃO


Apesar do avanço com a aprovação da Lei do Combustível do Futuro, especialistas alertam para os desafios regulatórios que o Brasil enfrentará nos próximos anos. A advogada Isabela Morbach, cofundadora da CCS Brasil, afirma que a aprovação das leis é apenas o começo. “O ‘dia seguinte’ traz consigo um desafio monumental para o agente regulador, especialmente para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que terá novas atribuições e estará sob pressão para desenvolver normas específicas em um curto espaço de tempo”, afirmou.


Segundo Morbach, a ANP precisará adaptar-se rapidamente para regular o uso de combustíveis sustentáveis e novas tecnologias, como o hidrogênio de baixo carbono e a captura geológica de carbono. A especialista também destacou a necessidade de capacitar os quadros técnicos da agência e ampliar os recursos humanos para lidar com a complexidade da nova regulamentação.


OPORTUNIDADES PARA O SETOR DE TRANSPORTE


A sanção da Lei do Combustível do Futuro também traz impactos diretos para o setor de transportes, que é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa no Brasil. Empresas de logística e transporte rodoviário de cargas, como a Gobrax, já estão se preparando para adaptar suas frotas às exigências da nova legislação.


“O PL do Combustível do Futuro traz avanços importantes para a sustentabilidade no setor, mas há questões técnicas que precisam ser esclarecidas para garantir que as novas misturas realmente reduzam as emissões”, declarou o diretor de After Sales da companhia, Ronaldo Lemes.


Além disso, ele destacou que a empresa vê oportunidades de inovação com o uso de diesel verde e o aumento do teor de biodiesel. A Gobrax já está desenvolvendo soluções tecnológicas para promover a eficiência no consumo de combustíveis e ajudar empresas a se adaptarem ao novo cenário regulatório.


IMPACTO ECONÔMICO E GERAÇÃO DE EMPREGOS


Os investimentos da Raízen e de outras companhias no setor de combustíveis sustentáveis devem gerar impactos econômicos positivos, com a criação de cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos, além de impulsionar o desenvolvimento de fornecedores nacionais e o aumento da produção de equipamentos de origem local.


Além disso, as novas plantas de E2G e biometano devem beneficiar a arrecadação dos municípios onde estão instaladas, aumentando a participação nos fundos estaduais.


Fonte: Mundo Logística



Notícias Relacionadas
 Ministério dos Transportes planeja 21 leilões de rodovias e ferrovias em 2026, com R$ 288 bi de obras

26/11/2025

Ministério dos Transportes planeja 21 leilões de rodovias e ferrovias em 2026, com R$ 288 bi de obras

O Ministério dos Transportes anunciou, nesta terça-feira (25), uma carteira de leilões para 2026 com 13 licitações de concessões rodoviárias e 8 de ferrovias, com uma previsão de R$ 288 (...)

Leia mais
 Governo apresenta nova rota ao Pacífico pelo Acre na Rússia em busca de atrair indústrias de fertilizantes ao estado

25/11/2025

Governo apresenta nova rota ao Pacífico pelo Acre na Rússia em busca de atrair indústrias de fertilizantes ao estado

O governo do Estado, por meio de uma comissão institucional designada pela Casa Civil, participou ao longo da última semana de agendas estratégicas em Moscou, capital da Rússia, após con (...)

Leia mais
 Cinco dicas para a logística de empresas chinesas no Brasil

24/11/2025

Cinco dicas para a logística de empresas chinesas no Brasil

Mesmo com as longas distâncias geográficas e culturais, a forte parceria comercial entre China e Brasil deve continuar crescendo. Os investimentos chineses já estabelecidos até agora, qu (...)

Leia mais

© 2025 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.