15/06/2022

Infraestrutura de recarga turbina ganhos de startup e atrai investidores

 Infraestrutura de recarga turbina ganhos de startup e atrai investidores



ANo primeiro trimestre de 2021, a startup Easy Volt Eletromobilidade (EZVolt), especializada em soluções de infraestrutura e gestão de recarga de veículos elétricos, mantinha 50 eletropostos para abastecer frotas em quatro estados brasileiros, com uma média de 70 recargas diárias. Em abril de 2022, a startup tinha sob gestão 200 eletropostos, em nove estados, com a média de 300 recargas diárias.


A alta voltagem do negócio se reflete no faturamento que, nos dois primeiros anos de atuação (2019 e 2020), não ultrapassou R$ 300 mil. Já em 2021, com os primeiros contratos focados na infraestrutura para abastecimento de frotas de veículos elétricos, a receita ultrapassou R$ 1 milhão. Para 2022, a previsão de Gustavo Tannure, CEO e fundador da Easy Volt, é receita 300% maior.


Criada para solucionar a falta de infraestrutura no abastecimento de carros elétricos para pessoa física, a startup ganhou tração na gestão de recarga de frotas eletrificadas. Em fevereiro, recebeu aporte de R$ 5 milhões da Vibra. A parceria marca a entrada da distribuidora de combustíveis na eletromobilidade.


O interesse da Vibra não está apenas na experiência da startup na gestão da infraestrutura de uma das maiores redes de recarga de frota eletrificada do país. “Desenvolvemos um software que faz a gestão dos carregadores e nos permite identificar o nível do funcionamento dos dispositivos e da carga em cada veículo, com a estimativa de quantos quilômetros ele faz por kilowatt (KW)/hora”, explica Tannure.


A estrutura da EZVolt garante a gestão dos sistemas 24 horas por dia, sete dias por semana, de mais de 10 mil recargas por mês, sendo 90% para frotas e 10% para veículos de pessoa física. Os postos estão instalados em condomínios, supermercados e shoppings. “Nem nos meus sonhos eu imaginei que cresceríamos tanto. Começamos em um cowoking em um andar e hoje nossa sede corporativa está instalada em um prédio de três andares”, detalha Tannure.


Engenheiro com experiência nos setores de energia e engenharia civil, ele começou a imaginar a startup em uma viagem a Paris na virada de 2015 para 2016. Fascinado por automobilismo, observou postos de recarga instalados na capital francesa e se deu conta de que, mesmo na Europa, a recarga de veículos elétricos, apesar de tendência, já era um gargalo na época


“Se era um problema na Europa, em breve, seria também no Brasil. Quando retornei, comprei um carro elétrico e me deparei com a primeira dificuldade, não tinha como instalar o carregador na garagem do meu condomínio. Aí nasceu a Easy Volt”, conta.


De acordo com a Vibra, a meta é integrar a operação de recarga, soluções digitais e fornecimento de energia elétrica a partir de fontes renováveis como eólica e solar. Pelo contrato, os recursos destinados à Easy Volt podem ser convertidos em participação societária, com opção de compra pela Vibra.


A bateria da EZVolt para projetos de descarbonização promete não descarregar nos próximos meses. No segundo semestre de 2022, a meta da startup é concluir o processo de registro na Verra, certificadora global de projetos para negociação de créditos de carbono.


Reconhecida como uma plataforma de registro global com excelência técnica para certificar projetos focados na redução de emissões de gases de efeito estufa, a Verra criou um dos padrões usados na indústria para negociação de créditos de carbono, o Voluntary Carbon Standards (VCS). “Queremos atuar no mercado de crédito de carbono, e esperamos concluir todas as etapas até o fim de 2022”, diz Tannure.


A expansão da EZVolt foi favorecida pela grande lacuna de infraestrutura para recarga de veículos elétricos no Brasil. Marcella Cunha, diretora executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), diz que a entidade monitora as mais de dez proposições legislativas que propõem medidas de estímulo ao desenvolvimento e uso do transporte elétrico no Brasil no âmbito das discussões em torno da Política Nacional de Redes Elétricas Inteligentes moderna, da Política Nacional de Mobilidade Elétrica e de políticas prol descarbonização e Meio Ambiente. “Infelizmente, trata-se de assunto que não avança no Brasil na celeridade desejada pelo setor de Logística. Com isso, muitos operadores logísticos acabam criando políticas internas desvinculadas das orientações políticas do país, estabelecendo, por exemplo, metas muitas vezes agressivas, como a eletrificação completa de frotas leves em um período de cinco anos”, diz Cunha.


A aposta, segundo Cunha, tem sido na última milha, a etapa final do processo de entrega de uma mercadoria. “Não há tecnologia apropriada para a eletrificação de veículos pesados, e no transporte em centros urbanas que comportem uma infraestrutura de abastecimento energético eficiente e sustentável”, conclui a diretora da Abol.


Fonte: Valor Econômico







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