O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou nesta terça-feira (22) que o governo recebeu cerca de 80 pedidos de autorizações para construção de novas ferrovias no país. Segundo ele, os projetos somam mais de 20 mil quilômetros de novos trilhos, com previsão de R$ 240 bilhões em investimentos privados.
Durante o evento "CEO Conference Brasil 2022", promovido pelo BTG Pactual, Freitas disse que o novo marco legal do setor ferroviário, que viabiliza projetos 100% privados por meio de autorizações, criou um flanco de investimento na infraestrutura do país, semelhante aos das áreas de saneamento e petróleo e gás.
O ministro destacou que, com as autorizações, a participação das ferrovias na matriz de transportes no Brasil vai dobrar nos próximos quinze anos, saltando dos atuais 20% para 40%. Segundo ele, esse movimento do mercado de logística deve reduzir o preço do frete de cargas em 35%.
Programa BR\
O ministro disse que o programa BR do Mar, que estimula a navegação entre portos (cabotagem), deve forçar os operadores de logística a “encarar a multimodalidade” de transportes como forma de se manterem competitivos. Segundo ele, a eficiência do serviço passará pelo transporte feito por terra (rodovias e ferrovias) e pela navegação (rio e mar).
Freitas chamou a atenção para a expectativa em torno da privatização dos portos organizados. A desestatização iniciará com a oferta à Codesa, que administra o Porto de Vitória, e tem como destaque o Porto de Santos. Ele afirmou que o grande desafio do governo foi garantir a segurança jurídica do processo, assegurar que o novo operador não favoreça quaisquer dos terminais e estimular a redução das tarifas portuárias.
O ministro avalia que as privatizações dos portos organizados devem estimular a redução em cerca de 40% das tarifas do setor portuário. “Aquela história do país eficiente só da porteira para dentro e ineficiente da porteira para fora está com os dias contados”, disse Freitas, ao falar do resultado do novo impulso de investimentos nos diferentes segmentos de transporte.
Fonte: Valor Econômico
27/11/2024
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