A Comexport, considerada a maior empresa de comércio exterior no País, quer turbinar o avanço das “techs” no setor. O grupo vai destinar R$ 100 milhões nos próximos dois anos para investir em startups que ofereçam soluções para dar mais eficiência aos processos de importação e exportação. O plano é encontrar de 10 a 15 empresas com um modelo escalável de negócio.
A soma da experiência de uma empresa cinquentenária com a agilidade de uma startup é a aposta da Comexport para o êxito da empreitada. De acordo com o CFO da companhia, Rodrigo Guerra, o potencial de inovação no segmento é enorme, em um mercado que soma aproximadamente US$ 400 bilhões em mercadorias transacionadas por ano no Brasil. A ideia é usar a expertise e a base de clientes da Comexport – que projeta faturar cerca de R$ 19 bilhões este ano – para impulsionar as startups e escalar seus negócios.
Na visão do executivo, bons empreendedores “se perdem” na burocracia de grandes empresas, que não têm como negócio principal aquele serviço específico, mas que pode elevar significativamente os resultados da corporação. Em suas palavras, uma startup precisa do brilhantismo do empreendedor, mas não é possível contratar um – embora ele relate ter tentado.
Apesar de avanços tecnológicos, setor ainda precisa ganhar eficiência
Apesar dos avanços tecnológicos e da digitalização dos processos de importação e exportação no Brasil, Guerra afirma que ainda há um longo caminho para o setor ganhar eficiência. A Comexport diz ter criado o termo “comextech” para denominar startups que oferecem soluções para diversas necessidades da área, como fechamento de contrato de câmbio online, abertura de conta fora do Brasil para CNPJs, leitura e integração de documentos internacionais, entre outras. Para a Comexport, o setor vai além de logística e logtechs.
A Comexport acaba de investir em duas startups, a Talura e a Cheap2Ship, que atuam na cotação de frete internacional. Os investimentos de “alguns milhões” do programa serão do tipo semente (seed), que visa empresas que já estão em estágio avançado de formação de equipe e com receita. No entanto, conforme Guerra, a Comexport não vai recusar uma conversa com um empreendedor que tenha uma boa ideia.
Fonte: Estadão