11/03/2021

Fusões e aquisições marcarão o mundo das startups em 2021

 Fusões e aquisições marcarão o mundo das startups em 2021


Aceleração de Fusões e Aquisições\
Nos últimos 5 a 7 anos houve uma forte aceleração no volume de investimentos no país. Esse é o prazo médio de maturação de investimentos em startups antes dos eventos de saída dos investidores, que normalmente acontecem com a incorporação ou venda da startup. Ao mesmo tempo, o volume de investimentos em empresas de fases mais amadurecidas vem crescendo, muitas vezes para financiar consolidações, enquanto os reflexos da pandemia pressiona setores tradicionais pela busca de inovação. Tudo isso deve levar o volume de operações em fusões e aquisições de startups a novos patamares no país. Um bom exemplo foi a operação anunciada essa semana de aquisção da RD Station (antiga Resultados Digitais) pela Totvs, por R$ 1,8 bilhão.

Alguém falou em unicórnios e IPOs?\
As mesmas tendências acima devem favorecer a criação de novos unicórnios. Com uma safra maior de startups chegando a patamares de crescimento cada vez mais maduros, deve subir o número de unicórnios, criados tanto por mega aportes de capital de fundos de investimento, quanto por novos IPOs de startups de tecnologia, que estrearam na bolsa brasileira no ano passado e devem se tornar cada vez mais frequentes.

Vazamentos, incidentes e LGPD em vigor\
Com cada vez uma maior parte das nossas vidas online e como efeito dos megavazamentos de dados, veremos uma preoupação mais crescente com segurança e provavelmente um maior volume de incidentes do tipo. Com a LGPD finalmente entrando em vigor, empresas passarão a investir cada vez mais em segurança da informação, o que cria ao mesmo tempo preocupações e oportunidades para startups que oferecem soluções nessa área.

Fim do reinado das fintechs\
As fintechs continuarão crescendo, mas acredito que veremos cada vez mais startups de outras indústrias e setores chamando atenção. Isso se deve tanto a um aumento no investimento em tecnologia por corporações e investidores em setores diversos, como num movimento de acomodação do setor, que teve muitos mega rounds recentes em grandes bancos digitais. Veremos esses players fazendo movimentos de consolidações e provavelmente menos novos unicórnios no setor, proporcionalmente. Por outro lado, áreas como saúde, educação, logística, cadeia do e-commerce, segurança da informação e gestão empresarial estarão em alta, inclusive como reflexo da pandemia. Também acredito que começaremos a ver crescimento de startups voltadas ao agronegócio.

Novidades regulatórias menos impolgantes\
Finalmente deve entrar em vigor o Marco Legal das Startups, embora numa versão “desitratada”, bem aquém das demandas do ecossistema. Junto com a entrada em vigor da LGPD, de novas regras sobre governo digital, novidades da regulação pela CVM de fundos de investimento e formatos como equity crowdfunding, deverão trazer novas oportunidades. Há muitos pontos de atenção e oportunidades perdidas, porém. A PEC emergencial em tramitação no Congresso, por exemplo, pode contingenciar de vez o FNDCT, um fundo com bilhões de reais destinados a ciência e tecnologia, que vem sendo desviado de sua finalidade para o pagamento da dívida pública, matando oportunidades importantes para o setor de inovação. Estão em cheque também incentivos da Lei de Informática.

A fonte vai secar?\
Os investimentos em startups vem crescendo bastante nos últimos anos e bateram recorde em 2020, com mais de U$ 6 bilhões aportados, mesmo durante a pandemia. Eu acredito que em algum momento essa tendência de crescimento deve se reverter, mas isso deve depender do comportamento da economia mundial – e brasileira – no contexto da pandemia. A gestão das crises sanitária e econômica deverão ter um papel importante por aqui para conter – ou não – reflexos negativos na economia pós-Covid. Mesmo num cenário recessivo, acredito que investimentos em tecnologia continuarão acontecendo, tanto pela natureza de longo prazo do retorno sobre o investimento em startups, quanto pelo seu papel importante para aumentar eficiências, cuja demanda cresce em tempos de crise. Porém, uma recessão generalizada, com dimensões internacionais, pode diminuir o passo da economia e mudar o perfil do fluxo desses capitais. Minha aposta é que os investimentos devem se manter em patamares parecidos aos de 2020, sem acelerar ainda mais.

O começo de um boom nas compras públicas de startups?\
O Marco Legal das Startups, junto com novas regulações do governo digital, podem abrir o caminho para um aumento nas compras públicas de soluções inovadoras vindas de startups. Há ainda muitas incertezas sobre sua aprovação, regulamentação e implementação, mas o incentivo a modalidades de compras inovadoras e à criação de sandboxes regulatórios pode abrir espaço para um boom de inovação no setor. Eu acho que esse movimento ainda não virá tão forete este ano, mas pode ser sentido em 2022 e 2023. Com sorte, talvez vejamos movimentos pioneiros nesse sentido começando a aparecer ainda esse ano, o que pode abrir um novo caminho de oportunidades para govtechs.

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