Diante de crescentes questionamentos em relação aos possíveis impactos socioambientais da Ferrogrão, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, voltou a defender o projeto. Ele classifica as críticas de ambientalistas como ideológicas, afirma que a ferrovia irá garantir competição entre operadores logísticos e diz que há interesse do setor privado no leilão.
“Tenho certeza que nenhum desses ativistas percorreu a BR-163 \rodovia paralela à ferrovia] e nenhum deles conhece com profundidade o projeto. Quem fala que \[a obra] vai devastar florestas, que vai acabar com o meio ambiente está mentindo”, afirmou, em Live do Valor, patrocinada pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
A construção da ferrovia de quase 1.000 quilômetros, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), é vista como prioridade no governo. Porém, o projeto não tem data para ser leiloado. O edital chegou a ser enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas a análise está paralisada desde março, devido à decisão cautelar do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a lei que alterava os limites do Parque Nacional do Jamanxim (PA) - inviabilizando a obra.
Além do julgamento do STF, o projeto ainda terá que receber aval do TCU e enfrentar a oposição de organizações de ambientalistas e indígenas.
Também foram levantados questionamentos sobre a viabilidade econômica do projeto bilionário, principalmente diante de outras ferrovias em desenvolvimento na região, como a extensão da Malha Norte, da Rumo, e a construção da Ferrovia de Integração Centro Oeste (Fico).
O ministro argumenta que a Ferrogrão é necessária para ampliar a competição entre operadores logísticos. Para ele, projetos como o da Rumo são positivos, porém, não aumentam a concorrência. “A extensão vai agregar mais carga para a concessionária. Agora, ela aumenta a oferta ferroviária? Não.Sem outras ferrovias, posso ter um efeito menor em redução de frete? Sim. O que vai baixar o frete é a competição. A extensão não vai trazer competição, porque continuo na mão de um mesmo concessionário”, diz.
Além disso, Freitas avalia que o potencial na região é tão alto que há espaço para diferentes rotas logísticas. “O que pudermos agregar de oferta de transporte ao Mato Grosso é pouco”, disse.
Questionado sobre o interesse privado, o ministro afirmou que tem encontrado “reverberação no mercado”. Até o momento, um consórcio anunciou que está interessado no leilão: o grupo formado pela Hidrovias do Brasil e a VLI (que tem como sócios Vale, Mitsui, FI-FGTS, BNDESPar e Brookfield). Em um “roadshow” realizado há cerca de um ano, também houve encontros com as espanholas Sacyr e Acciona, a Ecorodovias, a japonesa Sumitomo e as chinesas China Communications Construction Company (CCCC) e a China Railway Construction Corporation (CRCC).
Na Live, o ministro também falou sobre dois processos de renovação antecipada de concessões ferroviárias que ele pretende conduzir até 2022. Um deles é o da MRS Logística. Ele prevê o envio do projeto ao TCU em setembro, e avalia que a autorização possa sair até o início do ano que vem.
Outro processo, mais complexo, é o da renovação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), da VLI. O aditivo tem sido alvo de divergência, principalmente entre os sete Estados que a malha atravessa - e que disputam os recursos decorrentes da renovação. Diante dos embates, cogitou-se no mercado a possibilidade de o processo não avançar. O ministro, porém, , diz que esse cenário é difícil e que acredita que as discussões serão resolvidas.
Fonte: [Valor Econômico
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