O atual portfólio de projetos encabeçados pelo Ministério da Infraestrutura, com um extenso programa de concessões nos diferentes segmentos logísticos, vem demonstrando o interesse da iniciativa privada. De acordo com o diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, o setor no Brasil vem chamando a atenção de multinacionais, players estrangeiros, importantes companhias chinesas e até mesmo de mega fundos internacionais.
Um dos segmentos que vem atraindo investimentos privados é o portuário. Quintella lembrou que a Secretaria de Portos do Ministério da Infraestrutura já liberou a assinatura de 36 Terminais de Uso Privado (TUPs) e de mais 28 leilões de arrendamentos de áreas, sem contar nos projetos de desestatização dos portos.
Ele afirmou que a assinatura da Portaria 530/2019 que propõe a alteração em contratos de arrendamentos portuários foi importante para atrair o investidor privado. Segundo ele, a melhoria na regulação, ou seja, tornar a base jurídica do setor mais sólida, é uma das principais demandas do investidor privado, sobretudo, estrangeiro.
Outro aspecto que também contribuiu para este cenário, de acordo com o diretor, foi a mensagem que vem sendo divulgada pelo ministério de que esta é uma agenda de estado e não de governo. “Isso também é muito importante para o investidor. Traz mais segurança”, frisou Quintella durante o Cubo Live Talks, com o tema “Investimentos Portuários no Brasil”, realizado nesta sexta-feira (11).
O Projeto de Lei (PL 4199/2020), BR do Mar, também foi uma importante iniciativa do setor de infraestrutura com potencial para atrair investimentos privados, conforme afirmou o diretor executivo da Tecon Salvador e dos Centros Logísticos, Unidades de Negócios da Wilson Sons, Dermir Lourenço Júnior. Ele destacou que com uma extensa costa contando com uma grande atividade industrial, não faz sentido que o país mantenha quase toda a matriz logística voltada para o modal rodoviário.
Ele disse ainda que em Salvador, por exemplo, a cabotagem cresceu de forma constante nos últimos 15 anos a números próximos ou superiores a dois dígitos. Hoje, representa mais de 33% da movimentação local. Júnior destacou que diferente da exportação e importação, na cabotagem é necessário uma quebra de paradigma e entender o fluxo logístico dos clientes para desenhar outro modelo que seja capaz de concorrer com o rodoviário.
No setor portuário, o diretor afirmou que embora o país esteja avançando em novas tecnologias e automação, sobretudo nos terminais de contêineres, ainda falta ganho de escala na movimentação. De acordo com ele, enquanto o Brasil movimentou, em 2019, cerca de 10 milhões de TEUs, um único porto de Xangai movimentou 40 milhões de TEUs.
14/02/2025
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