Os governos do Egito e da Bélgica e empresas de ambas as nações anunciaram um acordo de parceria para a construção do primeiro hub de hidrogênio verde do Egito e o transporte do produto para o porto de Antuérpia-Bruges, na Bélgica.
O acordo assinado entre os governos, as empresas belgas DEME e Fluxys, o Porto de Antuérpia-Bruges e a Gharably Integrated Engineering Company (GIECO) do Egito foi anunciado segunda-feira (7) na COP 27, em Sharm El Sheikh, no Egito.
O projeto de hidrogênio Ras Garboub incluirá a instalação de um eletrolisador de 500 megawatts, que será ligado a um grande campo de painéis solares e um parque eólico terrestre que deverá produzir 1,7 gigawatts de energia verde.
As partes do acordo disseram que o hidrogênio verde será convertido em um transportador de energia adequado, como amônia verde, e enviado para o porto de Antuérpia-Bruges, onde será usado como matéria-prima para a indústria química.
O projeto deve criar mais de 2.000 empregos no Egito, e os dois países disseram que cada um contribuirá para o desenvolvimento de conhecimento, parceiros industriais, logística, financiamento e regulamentos.
O Egito pretende mais que dobrar sua produção de energia renovável em pouco mais de uma década. “Mais de 20% de nossa energia hoje é de fontes renováveis e nosso objetivo é aumentar isso para 45% até 2035”, disse Moustafa Madbouly, primeiro-ministro do Egito, em seu discurso na COP 27.
Luc Vandenbulcke, diretor executivo da DEME, disse que o projeto ajudará a Bélgica a cumprir suas metas de importação de hidrogênio. “A Bélgica precisará importar 20 terawatts (TW) horas de hidrogênio verde ou derivados até 2030, e este projeto acomodará uma parte significativa disso”, afirmou ele.
Em termos de infraestrutura de hidrogênio, a Bélgica deve estar em uma boa posição, segundo palestrantes da COP27, onde o acordo foi anunciado. “Temos nossos portos para a importação de hidrogênio, temos um mercado enorme com o cluster químico industrial existente [na Bélgica]”, disse Pascal De Buck, diretor executivo da Fluxys.
“Além disso, a Fluxys possui infraestrutura existente para conexão com consumidores e países vizinhos e temos a ambição de desenvolver capacidade de gasoduto para 30 terawatts-hora até 2030”, acrescentou.
O Egito está atualmente negociando um acordo mais amplo de hidrogênio com a União Europeia (UE). O primeiro-ministro do país disse estar pronto para aproveitar sua capacidade de geração de energia renovável e do crescente interesse global pelo hidrogênio verde.
“O hidrogênio verde é um dos principais pilares para o Egito alcançar a sustentabilidade. Trabalhamos muito no hidrogênio verde e assinamos uma série de memorandos de entendimento com os parceiros. Esperamos transformá-los em acordos e contratos nos próximos meses”, disse Moustafa Madbouly.
Fonte: Valor Econômico