22/11/2021

Custo alto do transporte marítimo vai elevar inflação mundial, alerta ONU

 Custo alto do transporte marítimo vai elevar inflação mundial, alerta ONU


A ONU (Organização das Nações Unidas) alertou que o aumento dos custos de transporte marítimo resultante dos problemas na cadeia mundial de suprimentos vai alimentar ainda mais a inflação em todo o mundo e terá efeito desproporcional sobre as economias dos países em desenvolvimento.

A disparada no custo de frete deve elevar os preços ao consumidor mundiais em 1,5% adicional, se a alta se mantiver ao longo do ano que vem, de acordo com estimativas da Unctad, a Conferência de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas, em um relatório publicado na quinta-feira (18).

O boom induzido pela pandemia na demanda por produtos, combinado a perturbações na cadeia de suprimentos como o congestionamento dos portos e o bloqueio do canal de Suez, fez com que os fretes disparassem para níveis recorde, equivalentes a cerca de cinco vezes seu valor médio ao longo dos dez anos anteriores.

Mas os países em desenvolvimento, dependentes de importações, devem sofrer um golpe mais pesado com a alta nos custos de transporte marítimo. Os preços ao consumidor devem subir em 2,2% nos 46 países menos desenvolvidos do planeta, e em 7,5% em pequenos países como Fiji, Maurício e Jamaica, segundo o relatório.

"O impacto sobre os preços nos países em desenvolvimento, especialmente os países ilhéus, é cinco vezes mais forte", disse Shamika Sirimanne, diretor de tecnologia e logística na Unctad. "E essa é uma verdadeira preocupação".

\ x ]
Com a disparada dos preços de praticamente tudo, do aço à energia, os bancos centrais estão tentando determinar se a inflação vai se acomodar quando os problemas nas cadeias de suprimento forem resolvidos.

A inflação do Reino Unido disparou para 4,2% anuais em outubro, sua maior marca em quase dez anos, o que aumenta a pressão sobre o Banco da Inglaterra por um aumento nas taxas de juros. Nos Estados Unidos, os preços ao consumidor subiram em 6,2%, seu ritmo mais rápido de alta desde 1990, enquanto a inflação da zona do euro está em 4,1%, seu ponto mais alto em 13 anos.

Jan Hoffmann, diretor de logística do comércio na Unctad, disse que o setor de transporte marítimo tende a minimizar sua contribuição para a inflação. Os executivos do ramo mencionam frequentemente que custa apenas alguns centavos despachar um par de sapatos da China ou uma garrafa de vinho da Austrália para a Europa ou os Estados Unidos, dando a entender que a disparada nos custos é relativamente insignificante para os consumidores.

Mas Hoffmann disse que a vasta escala dos bens transportados em contêineres torna a alta nos fretes um debate relevante para a inflação mundial.

"Se observarmos as metas de inflação na Europa e nos Estados Unidos, 1,5% é significativo", ele disse.

O impacto dos custos de transporte marítimo sobre os preços pagos pelos consumidores varia de modo significativo a depender do produto. Os itens cuja produção envolve cadeias de suprimento mundiais complicadas, como os computadores, e também os produtos de massa fabricados em grande volume, como mobília e têxteis, provavelmente verão alta de preços da ordem de pelo menos 10% por conta da disparada no custo dos fretes, segundo o relatório.

Os fretes dos contêineres caíram nas últimas semanas porque a temporada de pico chegou ao fim, mas permanecem extremamente altos.

A consultoria de transporte marítimo Sea-Intelligence previu esta semana que poderia levar até 30 meses para que os fretes voltem ao normal, devido à profundidade da crise nas cadeias de suprimentos.

Sirimanne alertou que se a consolidação entre as companhias de transporte oceânico continuar, com a ajuda dos lucros extraordinários que elas vêm acumulando, os preços mais altos do transporte marítimo poderiam se tornar "duradouros".

Ela instou os governos a apoiar esforços de vacinação contra a Covid-19 nos países em desenvolvimento, a fim de ajudar a aliviar as pressões de preço e sobre as cadeias de suprimento.



Fonte: [Folha

Notícias Relacionadas
 JSL apresenta nova unidade de negócios digital para logística rodoviária

30/04/2025

JSL apresenta nova unidade de negócios digital para logística rodoviária

A empresa de serviços logísticos JSL marcou presença na 29ª edição da Intermodal South America com uma nova adição ao seu ecossistema logístico. Lançando um novo capítulo em sua jornada (...)

Leia mais
 Supporte vai expandir capacidade logística em Uberlândia em 47%

29/04/2025

Supporte vai expandir capacidade logística em Uberlândia em 47%

A Supporte Logística irá expandir sua operação em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, com a construção de um novo galpão logístico com cerca de 50 mil metros quadrados (m²) e um investimen (...)

Leia mais
 Brado amplia operações com gergelim e acompanha crescimento do mercado

29/04/2025

Brado amplia operações com gergelim e acompanha crescimento do mercado

O mercado de gergelim está em plena expansão e a Brado, empresa referência em soluções logísticas multimodais, acompanha esse ritmo com um crescimento expressivo no transporte do grão. E (...)

Leia mais

© 2025 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.