Diante do crescimento das vendas on-line e da disputa acirrada entre as grandes varejistas para oferecer menor prazo de entrega e frete mais barato aos consumidores, o segmento de logística tem gerado vagas em grandes centros urbanos no país para os mais variados níveis.
Além do Mercado Livre, que anunciou segunda-feira a intenção de contratar 7.200 trabalhadores no país, Magazine Luiza, Via Varejo e Amazon devem intensificar a busca por profissionais. Em um ano, o segmento de serviços de entrega e logística criou mais de 88 mil postos de trabalho.
As vendas do e-commerce no Brasil bateram a marca dos R$ 87,4 bilhões em 2020, primeiro ano da pandemia, alta de 41% em relação a 2019 e um recorde para o segmento, segundo levantamento da Ebit Nielsen.
Para lidar com atrasos registrados nos primeiros meses de quarentena, grandes varejistas passaram a fazer investimentos pesados na área, especialmente em mais centros de distribuição, tecnologia e pessoal.
Profissionais com visão estratégica\
No Magazine Luiza, o segmento de logística contratou mais de 2.800 funcionários e gerou mais 4 mil vagas indiretas em 2020. A participação do e-commerce em suas vendas passou de 53%, no primeiro trimestre de 2020, para 70% no mesmo período deste ano. Ao todo, as vendas saltaram 63%.
A varejista emprega hoje 47 mil pessoas, 6.800 só em sua área de logística, mas poderá dobrar o ritmo de contratações no segmento com a abertura de novos centros de distribuição e o aumento da demanda, segundo Wiliam Miguel, gerente de gestão de pessoas da logística da empresa:
— O perfil dos profissionais está cada vez mais diverso. Temos uma base de equipe que é operacional, com funções de conferência, assistentes, operadores de empilhadeira. Além desse perfil, precisamos cada vez mais de gente com perfil estratégico, visão analítica, como cientistas de dados, engenheiros, técnicos em automação.
Neste ano, o Magalu já contratou mais de 600 pessoas para a operação de dois novos centros de distribuição no Sul do país, em Gravataí (RS) e Araucária (PR). Funcionários de escritório trabalham só parte da semana presencialmente
Expansão deve se manter\
A conferente de pacotes Ludmilla Siqueira, de 25 anos, foi contratada pelo Magazine Luiza em outubro, quando a empresa inaugurou um centro de distribuição em Duque de Caxias, no Rio.
— Sempre trabalhei em comércio, ultimamente vendendo autopeças, mas já fazia curso técnico de Logística — disse ela. — Gosto dessa rotina agitada. Aprendi a separar encomendas e fazer inspeção final, a fazer faturamento do pedido.
Dados do Caged reunidos por Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, mostram que o mercado de trabalho ligado ao setor logístico tem se mantido promissor: foram 88.445 vagas geradas no segmento em 12 meses até março deste ano, na contramão dos demais serviços de transporte, que fecharam 129 mil postos de trabalho.
— É um segmento muito ligado à indústria e ao comércio e, a partir do momento em que esses setores conseguiram reagir, impulsionados pelo auxílio emergencial e pela troca de consumo de serviços por bens, ele se fortaleceu — diz Tobler
Ele prevê que o aumento de empregos no segmento se mantenha neste ano:
— Possivelmente, a criação de vagas será num ritmo menor, mas a expectativa é que esse setor se consolide.
Na Via Varejo, dona das redes Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com, o e-commerce, que representava 23,9% das vendas em 2019, hoje responde por 56%. O faturamento da companhia em 2020 foi de R$ 38,8 bilhões, alta de 21%. As vendas digitais brutas saltaram 118,6% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com 2020.
Para lidar com a demanda on-line, a empresa aumentou os postos de trabalho nas várias áreas de logística. Foram mais de 2 mil contratações diretas no ano passado, 400 delas para lidar com o operacional. Entre o começo da pandemia e abril deste ano, foram contratadas 750 pessoas para todas as áreas de logística.
Oportunidades em TI\
As contratações para o setor de logística saltaram 20% em 2020 na empresa. Quando comparado o primeiro trimestre deste ano com o do ano passado, o avanço foi de 35%. Para o diretor de logística da Via Varejo, Fernando Gasparini, há crescente procura para a área de TI, que dobrou o número de contratados — atualmente são 300.
— Houve maior contratação para vagas operacionais, mas para postos de liderança também. E tem ficado cada vez mais acirrado, pois todo o mercado de e-commerce está mudando de patamar.
A empresa precisou reabrir um centro de distribuição no Rio. Também há expansão do centro de Fortaleza e em bases de distribuição no Piauí e no Maranhão. Lojas que permaneceram fechadas também se transformaram em centros de distribuição. Para o segundo semestre, será aberto um novo centro em Extrema, Minas Gerais.
No Mercado Livre, os processos seletivos já começaram. São Paulo vai concentrar a geração de empregos, com 5 mil das 7.200 vagas.
“Com isso, a empresa busca ampliar a sua rede logística na região e fortalecer as áreas de TI, serviços financeiros e de produtos que geram soluções tecnológicas”, diz a empresa em nota.
A Amazon afirmou que tem 300 vagas abertas no país, mas não especificou quantas são para a área de logística.
Fonte: O Globo
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