Elas passaram de 5 mil para 13 mil em apenas cinco anos e já são vistas como responsáveis por importantes transformações recentes vividas no Brasil, cumprindo seu papel de reinvenção. Não restam dúvidas de que as startups têm sido as escolhidas para caminhar junto às empresas de diferentes setores, que buscam competitividade e produtividade. É na tecnologia e na inovação que grandes marcas estão encontrando as soluções necessárias para superar a crise e seguir em frente. E os investimentos nessas “iniciantes” corroboram com esse novo cenário.
Nos primeiros nove meses deste ano, as startups brasileiras receberam aporte de R$ 33,5 bilhões. O montante é três vezes o valor registrado no mesmo período de 2020. O recorde foi apurado pela consultoria KPMG em parceria com a ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital). A tendência é que os volumes cresçam ainda mais. As fintechs, retailtechs e healthtechs são apontadas como as com maior previsão de crescimento nos próximos anos.
No entanto, as logtechs, voltadas ao setor de logística, também já começaram a se destacar, sobretudo pela mudança cultural provocada pela pandemia do coronavírus. O objetivo é acompanhar os novos hábitos de consumo dos brasileiros, que anteciparam a sua imersão no meio virtual, aumentando significativamente as vendas online. E tudo indica que o anseio das empresas tem sido atendido. Pelo menos, foi o que mostrou o evento realizado na semana passada pela ABOL.
Com o tema “Tecnologia e Inovação no Mundo da Logística”, a Associação selecionou nove startups em um universo de quase trinta inscritas, com soluções desenvolvidas para trazer ainda mais agilidade ao segmento. Durante o evento, ficou claro que as startups e logtechs estão cada vez mais cumprindo um papel de amparo e de agente importante nas estratégias de negócios dos Operadores Logísticos. Também muito se falou em agilidade e ambidestria e na capacidade dos gestores em se adaptar ao presente e antecipar o futuro como tendências e ferramentas que serão muito exploradas até 2030. A dica foi dada pelo CEO da Inova Trends, Luis Rasquilha, durante a palestra "Building the Future - Cenários 2030".
Ele fechou os debates, depois que CEOs de startups falaram sobre drones, mapeamento de frota, smartphones para coletas de dados, compra inteligente de combustíveis, entre outras soluções criadas para romper barreiras e propor um avanço nos processos de gestão, armazenamento e distribuição de mercadorias. iTrack, Speedbird, Combudata, Cargo Snap, Fretefy, Frete Barato, Jetta Cargo, Flowls e Diamond Bigger. Essas foram as startups participantes e que refletem o desenvolvimento da inovação no Brasil, lembrando que ela nem sempre precisa estar aliada à tecnologia, conforme bem destacaram alguns debatedores.
Representantes da DHL, BBM, UPS e Santos Brasil deixaram claro que inovação está relacionada à experimentação e o ponto de partida para aderir às novas estratégias é a questão cultural, sempre lembrando que as startups ajudam no ecossistema construtivo, oferecendo agilidade, flexibilidade e soluções para os clientes. Um exemplo são os drones da Speedbird, startup que começou atendendo uma demanda da telemedicina e hoje já conta com clientes como Ifood, Eurofarma e Natura. As empresas buscam uma logística mais eficiente e com capacidade de acesso a áreas mais distantes.
“O e-commerce teve um aumento de 41%, atingindo a marca de mais de R$ 53 bilhões. Isso tem feito com que as empresas se preocupem com o uso estratégico de novas tecnologias, também conectadas com as suas políticas ESG”, destacou a diretora executiva da ABOL, responsável pela abertura do evento. Ela aproveitou a ocasião para falar da essencialidade dos Operadores Logísticos e destacou também os desafios ainda enfrentados pela atividade, apesar da resiliência mostrada pelas companhias no período da crise sanitária mundial, quando elas permaneceram na ativa.
“Eles enfrentam, agora, outros desafios de ordem doméstica, como o aumento constante do preço do combustível - foram 12 reajustes só neste ano -, e recordes de inflação e da taxa de juros. Isso sem contar que os OLs terão um olhar mais atento a partir de dezembro e janeiro aos seus quadros de funcionários e colaboradores, uma vez que correm o risco de perder o benefício da desoneração da folha de pagamentos, concedido pelo Governo Federal a alguns setores importantes da economia e que vem ajudando na manutenção de empregos e até em novas contratações. São obstáculos a serem superados e, nesse contexto, entendemos a importância de trazer logtechs e startups para mais perto da ABOL e dos operadores para que possam contribuir com soluções inovadoras”, afirmou.
De acordo com Rasquilha, ao abordar presente, passado e futuro, estamos vivendo uma mudança de contexto, onde não é o maior e o mais antigo que sobrevive. Ele aponta que as startups são companhias ágeis, que conseguem se posicionar e mudar o curso da história. “As empresas têm que ser mais dinâmicas, rápidas para se adaptarem ao contexto que está acontecendo”.
27/11/2024
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