O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, anunciou hoje a criação de rede para o tratamento de pacientes com covid-19 por meio da transfusão do plasma de convalescente. O produto, explicou, é obtido a partir do sangue coletado de pessoas que foram infectadas com o novo coronavírus e que desenvolveram os anticorpos.
“Esse esforço da rede de plasma se assemelha ao de uma doação de sangue, com critérios objetivos de quem pode doar e quem pode receber", detalhou o vice-governador.
A nova estrutura, sob o chapéu do Instituto Butantan, deverá garantir a logística necessária para coletar, distribuir e usar o plasma nos serviços de saúde de todo o Estado. Os pilotos do projeto serão implantados, inicialmente, nas cidades de Santos, no litoral, e Araraquara, no interior paulista.
A rede tem colaboração de cinco grandes hemocentros: HHemo, Fundação Pró-Sangue e Colsan, em São Paulo; Hemocentro da Unicamp, em Campinas; e Hemocentro de Ribeirão Preto.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, não há até o momento terapia específica contra a covid-19, e o tratamento com o plasma tem trazido bons resultados. “O objetivo do plasma é transferir ao paciente anticorpos de maneira passiva, até que o organismo afetado tenha tempo de reagir e montar a sua resposta imune", explicou.
As exigências para doar plasma são equivalentes à da doação de sangue: ter boas condições de saúde, entre 16 e 69 anos, pesar no mínimo 50 quilos, evitar alimentação gordurosa antes da doação e apresentar documento com foto. Para eficácia, é fundamental que o doador já tenha sido contaminado pelo menos 30 dias antes da doação.
Os públicos-alvos do tratamento são os imunossuprimidos, idosos e pacientes com comorbidades, e os voluntários devem ser prioritariamente homens, esclarece o Instituto Butantan. Isso porque, durante a gestação, a mulher libera anticorpos na corrente sanguínea que podem causar reação grave chamada TRALI (transfusion-related acute lung injury) em que recebe a transfusão.
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