A Brado anunciou a ativação da maior rota ferroviária em operação no país, conectando o terminal de Sumaré (SP) ao terminal de Davinópolis (MA) pela Ferrovia Norte-Sul em um percurso de mais de 2,7 mil km pelos trilhos. A operação multimodal, realizada em contêineres, é fruto da parceria com as concessionárias ferroviárias Rumo e VLI.
Até o momento, a operação já realizou oito viagens, transportando um total de 504 contêineres carregados com mais de 10,9 mil toneladas de produtos, sendo que todas as viagens foram concluídas com 100% pontualidade e total segurança das cargas. A nova rota tem como destaque o mercado interno, replicando a operação já consolidada no fluxo São Paulo – Mato Grosso, pelo terminal da empresa em Rondonópolis.
Segundo a empresa, a subida do Sudeste para o Nordeste visa atender clientes de grande porte com produtos essenciais como materiais de higiene e limpeza, materiais de construção, defensivos, fertilizantes, nutrição animal, alimentos, bebidas e papel. No fluxo inverso, bens industriais são transportados.
Para o CEO da Brado, Luciano Johnsson, a nova operação é um avanço fundamental na logística nacional. “Esta nova rota multimodal Maranhão — São Paulo representa um marco estratégico para a Brado e para a logística brasileira, impulsionando o desenvolvimento regional por meio da integração e interoperabilidade entre diferentes malhas e concessionárias ferroviárias, conectando o Norte e o Nordeste ao Sudeste.”
ROTA SUSTENTÁVEL
A empresa informou que a utilização da ferrovia nesta rota contribui diretamente para a redução de até 85% na emissão de CO2 em comparação ao transporte exclusivamente rodoviário. Em 2024, os clientes da Brado deixaram de emitir mais de 320 mil toneladas de CO2, o equivalente à emissão anual de 69 mil carros.
Para a vice-presidente da Rumo, Natália Marcassa, em um país continental como o Brasil, a logística é um fator determinante de competitividade e sustentabilidade. “Poder viabilizar a integração das regiões produtivas e dos mercados consumidores por meio de soluções intermodais, que façam valer a interoperabilidade entre as ferrovias, implica destravar valor nas cadeias produtivas e fortalecer nossa pauta econômica”, destacou.
A operação de 2,73 mil km percorre duas concessões ferroviárias: 2,09 mil km da Rumo — entre Sumaré (SP) e Porto Nacional (TO) — e 634 km da VLI — entre Porto Nacional (TO) e Davinópolis (MA).
Na visão da diretora-executiva Comercial, de Projetos e Planejamento Estratégico da VLI, Carolina Hernandez, integrar o fluxo ferroviário mais longo do país reafirma o papel da companhia como parceira do desenvolvimento da logística e da infraestrutura do Brasil.
“Com a operação, a VLI também mostra que apoia a diversificação de cargas transportadas pelas ferrovias sob sua concessão, bem como a inovação do transporte ferroviário dentro dos modelos regulatórios disponíveis”, afirmou.
OPERAÇÃO DA BRADO
Em comunicado, a Brado ainda destacou que aposta na combinação da eficiência ferroviária para longas distâncias com a capilaridade e agilidade do transporte rodoviário — first to last mile.
Segundo a companhia, a chegada da operação promete alavancar um novo ciclo de desenvolvimento e oportunidades, especialmente para os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará, que ganham mais eficiência logística e competitividade. O mercado tem potencial para movimentar cerca de 64 mil contêineres por ano.
Entre 2021 e 2024, a Brado registrou crescimento médio anual de 30% no transporte multimodal de bens de consumo e bens industriais. No ano passado, a companhia movimentou mais de 5,9 mil contêineres, o que equivale a quase 130 mil toneladas de produtos transportados entre Sumaré (SP) e Rondonópolis (MT).
Fonte: Mundo Logística