O cenário de escassez de insumos agropecuários, em especial defensivos - observado desde o final do ano passado no Brasil e que acendeu um sinal de alerta entre produtores - , deve se manter ao longo deste ano, afirmou, nesta terça-feira (8/2), o presidente da divisão agro da Bayer na América Latina, Maurício Rodrigues. Em entrevista à Globo Rural, o executivo, que está em Cascavel (PR), onde participa do Show Rural Coopavel, disse que o setor deve viver os mesmos problemaspara atender à demanda na safra 2022/2023. Mas estará mais preparado, depois dos desafios do ano passado, quando muitos produtores enfrentaram atrasos na entrega dos insumos adquiridos antecipadamente.
“Eu acredito que 2022 vai continuar sendo um ano em geral pressionado, do ponto de vista logístico, em todas as áreas. Mas nós continuamos muito confiantes e otimistas de que, mais uma vez, vamos continuar honrando os nossos compromissos”, garantiu Rodrigues.
Em meio a uma crise logística internacional, menor oferta de matéria-prima para indústria química e aumento de custos, o início da atual temporada foi marcada não só por atrasos, mas também aumento repentino nos preços praticados no mercado. A tensão levou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a acusar as revendas de reter os produtos num movimento especulativo.
De acordo com Rodrigues, a situação levou a Bayer a buscar as soluções “mais criativas”, o que inclui fretamento de aviões, além de planejamento mais rigoroso para cumprir os contratos já firmados. Para o novo ciclo que, se inicia no segundo semestre, a companhia apresenta no Show Rural Coopavel um novo herbicida pré-emergente voltado para a cultura de milho, um fungicida e um inseticida. O volume a ser distribuído no mercado brasileiro levará em conta a forte demanda, que também contribuiu para o atual cenário de escassez.
“De forma geral, eu posso dizer que para este ano conseguimos uma oferta maior de produtos do que no ano passado e que estamos nos planejando para isso”, destacou o executivo, ao avaliar que os problemas no último ano estiveram relacionados a uma demanda muito forte num período específico, quando a companhia, particularmente, também teve dificuldades na sua unidade na Louisiana, Estados Unidos, atingida pelo furacão Ida.
"Este ano, acho que a gente já partiu com essa demanda muito mais entendida e acho que estamos muito melhor planejados”, avalia o presidente da divisão agro da Bayer na América Latina, ao reconhecer que o cenário atual é ainda mais nebuloso.
“Evidentemente que, em ano eleitoral, existem tantas outras variáveis e é muito difícil prever o que vai ocorrer nos próximos 12 ou 18 meses, mas espero e acredito que estejamos rumando para uma estabilização”, afirma Rodrigues, após relatar uma certa aceleração do aumento dos custos de produção nos últimos meses. “Não vejo um ambiente de temeridade hoje, mas muito mais tranquilo sobre esse aspecto apesar das mesmas complicações do ponto de vista logístico. Mas estamos muito melhor estruturados para isso”, diz o executivo.
Fonte: Globo Rural
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