Em 2022, o governo federal autorizou a construção de 11 novos Terminais de Uso Privado (TUPs), com previsão de investimentos da ordem de R$ 22,6 bilhões. Trata-se de um salto financeiro em relação ao ano anterior, quando foram firmados contratos de adesão para 17 terminais, com obras estimadas em R$ 1,9 bilhão. Os dados são da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP).
Mas nem todos os projetos liberados pelo governo efetivamente se concretizam, destaca o presidente da entidade, Murillo Barbosa. “Alguns deles são quase projetos de ‘Power Point’, em que o empreendedor têm a posse da terra, faz um projeto belíssimo, e aí sai correndo atrás de investidores, que muitas vezes custam a aparecer ou nem aparecem”, afirma.
Desde 2013, quando os TUPs foram liberados no país, a associação calcula um estoque de projetos de R$ 68 bilhões, dos quais pouco mais da metade efetivamente saíram do papel.
Porém, em relação aos empreendimentos aprovados no ano passado, Barbosa avalia que há muitos projetos com forte potencial de serem realmente construídos.
Ele cita, por exemplo, o caso do Terminal Portuário de Macaé (Tepor), no Rio de Janeiro, um projeto antigo, que começou a ser concebido em 2011, voltado a carga geral e contêineres, com investimentos estimados em R$ 8,9 bilhões.
Outro caso é o Terminal Santorini, da EBT (Empresa Brasileira de Terminais e Armazéns Gerais), que tem os terminais de granéis líquidos Ageo e Ageo Norte, no Porto de Santos. O novo projeto, com obras estimadas em R$ 3,6 bilhões, ficará em uma área retroportuária do porto santista.
Na lista de TUPs aprovados em 2022 estão ainda o terminal Porto Guará lnfraestrutura, de granéis líquidos e sólidos em Paranaguá (PR), o TPL (Terminal Portuário Logístico), projeto da Triunfo no Porto de Santos (SP), e o TUP NELOG, em Pecém (CE), da Nordeste Logística. Dos onze projetos, quatro estão no Sudeste, três no Norte, dois no Sul e outros dois no Nordeste do país.
Para 2023, a expectativa da associação para a aprovação de novos projetos continua positiva. Segundo Barbosa, o setor tem uma carteira de R$ 17 bilhões de novos empreendimentos que já deram entrada ao processo de autorização pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). “Agora, se sairão do papel ou não é outra história, depende de uma série de fatores, como licenciamento ambiental, que é uma etapa difícil do processo”, diz ele.
Fonte: Valor Econômico