03/12/2020

Arco Norte é destaque na exportação do agronegócio em 2020

 Arco Norte é destaque na exportação do agronegócio em 2020


Apesar da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), este ano foi favorável ao agronegócio que bateu recordes de exportação, com destaque para a soja e o milho. Até novembro deste ano foram exportados aproximadamente 82 milhões de toneladas de soja, 17% a mais que em 2019. Os investimentos feitos na região do Arco Norte, sobretudo em hidrovias e na Rodovia 163, abriram mais uma porta de escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste do país. As informações foram dadas durante Webinar As perspectivas para o agronegócio brasileiro, realizado pela Revista Portos e Navios, nesta quarta-feira (02).

De acordo com o analista comercial sênior da Wilson Sons, Thiago Pierry, em 2010 14% da produção do agronegócio saía pelo Arco Norte. Atualmente já chega a 32% do montante. Ao todo, 35% da exportação de soja e milho estão sendo escoados pelos portos daquela região. Ele ressaltou que uma das vantagens do Arco Norte é que a rota dos navios está mais próxima da América Central e Europa.

Apesar disso, o Porto de Santos continua sendo o principal destino da carga de grãos no país. Pierry lembrou ainda que o volume movimentado naquele porto possa aumentar, tendo em visto que estão sendo implantados mais terminais de grãos, o que diminui o tempo de espera dos navios. Embora a performance dos portos tenha sido um diferencial na exportação de commodities este ano, o tempo de espera dos navios ainda representa um gargalo significativo.

O gerente de logística da CJ Internacional, Emerson Emerich, destacou que existem gargalos tanto na chegada de cargas por terra quanto pelo mar nos portos brasileiros. Segundo ele, o tempo de espera dos navios fica ainda maior nos meses de fevereiro a março, período de alta comercialização de grãos. Ele destacou ainda que o Porto de Paranaguá, outro importante destino da produção do agronegócio apresentou problemas neste aspecto este ano, com picos de 18 dias de espera.

Ele informou que com a entrada do Arco Norte como mais uma opção de escoamento, menos de 1% da produção do agronegócio tem saído por Paranaguá, o que diminuiu o tempo de espera dos navios que antes já chegou a 60 dias.

Milani afirmou que o tempo de espera representa um custo significativo para os exportadores, que pagam em torno de 20 dólares a diária. “Mas a gente nota alguns terminais que negociam janelas de entrada”, disse. Outro entrave nos portos destacado pelos debatedores são as altas tarifas portuárias. Segundo Pierry, elas são muito caras se comparadas aos valores cobrados nos portos mais desenvolvidos no mundo.

Apesar desses desafios que os portos ainda precisam enfrentar, ao longo ano eles vêm apresentado um desempenho cada vez melhor. De acordo com Pierry, os portos estão mais preparados para o escoamento do produção, com um nível de operacionalização bastante automatizado, o que ajudou ainda mais neste período de pandemia em que se exigiu uma redução no número de pessoas trabalhando de forma presencial.

De acordo com a especialista em inteligência de mercado da Stonex, Ana Luiza Lodi, afirmou que o bom resultado do agronegócio durante a pandemia se deu por alguns fatores, entre eles a reação positiva demanda interna, especialmente em razão do auxílio emergencial, e também devido ao adiantamento da compra da soja por parte China, com receio de houve rupturas da cadeia logística com o avanço da doença pelo mundo.

Milani destacou também que o produtor aproveitou a desvalorização do real que, mesmo não sendo favorável para o país de modo geral, em contrapartida foi positivo para o setor mais importante para a economia no atual contexto, isto é, o agronegócio. Ele disse que de fevereiro a abril o país exportou de 13 a 14 milhões de toneladas por mês, números recordes em sequência.

A Webinar ‘As perspectivas para o agronegócio brasileiro’ foi patrocinada pela Wilson Sons.



Fonte: Portos e Navios

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