Após um ano de pandemia, completado este mês, os setores marítimo e portuário afirmam que apesar das várias adaptações, os impactos negativos nas atividades e resultados não foram expressivos. Ainda com a circulação do vírus e com o aumento dos casos no país, as medidas de prevenção não só permaneceram como, em alguns casos, foram intensificadas. Para frear o aumento com gastos com a adoção de medidas, as empresas pedem que os marítimos, já incluídos no plano de vacinação, sejam imunizados o mais rápido possível.
De acordo com o diretor-executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), Luis Fernando Resano, embora a movimentação de cargas não tenha parado com a pandemia, houve uma ligeira queda, porém não tão grande quanto a que houve na economia nacional. Ele explicou que por atender ao mercado doméstico, a cabotagem sobre influência direta da economia do país.
A associação notou um crescimento do segmento impulsionado pela movimentação de petróleo vindo das unidades de produção marítima, mas, em outras cargas, houve pequenas quedas ou estabilidade.
Resano afirmou ainda que devido à pandemia, as Empresas Brasileiras de Navegação (EBNs) estão tendo aumento dos custos com as medidas de prevenção. No caso da navegação, por exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os tripulantes antes do embarque devem fazer quarentena e realizar teste de Covid-19.
No entanto, segundo ele, essas ações têm impactado nas despesas das empresas, pois os tripulantes da cabotagem trocam com frequência muito mais elevada que os navios de longo curso. Por outro lado, ele enfatizou que a intensificação das medidas fez com que não houvesse mais contaminação a bordo dos navios. Resano lembrou ainda que no início da pandemia navios foram imobilizados (de quarentena) por períodos que atingiram mais de 30 dias. De acordo com ele, isso causou grandes prejuízos, tanto à carga quanto à empresa.
As medidas de prevenção, portanto, apresentaram bons resultados e permanecem desde o início da pandemia, mesmo que a Abac tenha encaminhado pedidos para a Anvisa para que sejam revistas.
O apoio portuário, um dos primeiros a se adaptar às rápidas mudanças, adotou logo no início da chegada do vírus no Brasil o gabinete de crise constituído pelos diretores do Sindicato das Empresas de Navegação de Tráfego Portuário (Sindiporto Brasil). Devido às práticas adotadas, inclusive ampliando o tempo de permanência dos trabalhadores a bordo das embarcações, com igual tempo de folga, o sindicato afirmou que o número de infectados não causou paralisação das atividades. Junto com as empresas, a entidade acompanha a evolução dos novos casos que estão surgindo de forma mais acentuada em alguns portos.
Por esta razão, estão sendo adotados cuidados adicionais com a desinfecção das embarcações a cada troca de turno e com fornecimento de transporte especial para acesso dos tripulantes às embarcações, evitando a necessidade do uso de transporte coletivo.
20/12/2024
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