As enchentes do último mês no Rio Grande do Sul causaram danos ao setor de galpões logísticos, que são usados para armazenagem e distribuição de mercadorias. A estimativa é que uma área de ao menos 70 mil metros quadrados de imóveis (o equivalente a nove campos de futebol, aproximadamente) tenha sofrido paralisação das suas atividades, de acordo com levantamento da consultoria Newmark.
A quantidade de imóveis paralisados corresponde a 4,5% da área total de galpões do Rio Grande do Sul, que é o sexto maior parque logístico do País. A maioria dos imóveis está concentrada em Porto Alegre e na região metropolitana, ao longo das rodovias.
Os dados foram levantados a partir de comunicados oficiais de fundos de investimentos imobiliários, que são proprietários destes empreendimentos. Os galpões afetados no Rio Grande do Sul representam cerca de 24% do total de ativos investidos por esses fundos. Ou seja, os cotistas podem ter algum tipo de perda com o negócio.
Impactos podem ser maiores
Os impactos nas atividades logísticas, entretanto, tendem a ser maiores, uma vez que os imóveis que não foram diretamente afetados pelas enchentes têm sido usados para armazenar a produção e itens das empresas situadas em outras localidades, além de atender outras demandas emergenciais.
“É cedo para dimensionar os efeitos no segmento, uma vez que as informações são pouco precisas e a calamidade ainda está em andamento”, pondera a líder de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Newmark, Mariana Hanania.
“O que se considera de imediato é o reflexo no comércio, já que o escoamento dos produtos e o acesso foram dificultados devido às obstruções nas estradas”, acrescenta. Outro problema está nas perdas de itens armazenados em locais invadidos pelas águas.
Fonte: Estadão