A Aliança Navegação e Logística tem expectativa de ampliar seu escopo de atuação em território nacional, deixando de ser apenas um transportador porta-a-porta (end-to-end) e tornando-se em breve um operador logístico. O objetivo é, cada vez mais, oferecer soluções logísticas além da navegação, como gerenciamento de estoques, armazenagem e distribuição de mercadorias. Esse será o principal foco de mudança no curto prazo da empresa, que detém 53% de market share na cabotagem e movimentou 342.498 TEUs em 2020.
A Aliança hoje é a principal dentre os três grandes players que transportam contêineres nesse modal. O diretor-executivo da Aliança, Marcus Voloch, destacou que 58% dos contêineres transportados pela empresa foram porta a porta, não somente no porto a porto. “Nosso objetivo é crescer no porta a porta e acrescentar novos serviços, além do puro transporte”, projetou Voloch, nesta quarta-feira (7), durante teleconferência com jornalistas.
A empresa tem oito navios e uma frota própria de caminhões, principalmente em São Paulo e no Amazonas, além de outros veículos na frota dedicada e no spot. Voloch acrescentou que a Aliança tornou-se uma das principais empresas de logística, com cerca de 220.000 transportes terrestres por ano e 1.600 transportes por dia no Brasil inteiro.
A avaliação é que 2020 foi um ano difícil afetado pela pandemia, porém de estabilidade e demonstração de resiliência pela atividade. A queda de 1% do mercado de cabotagem no ano passado, quando o PIB caiu 4%, é considerada um balanço extremamente positivo, dado o caos que aconteceu com cadeias logísticas paradas e períodos de lock down em alguns momentos. “Pegando somente o segundo trimestre de 2020, o setor de cabotagem encolheu cerca de 30%. Tivemos um período com três navios em quarentena porque a tripulação teve Covid”, lembrou Voloch. Ele observa que as indústrias pararam a operação, num primeiro momento, enquanto as pessoas passaram a consumir mais em casa produtos de varejo, alimentação e eletroeletrônicos.
No começo de 2021, houve quedas do transporte por cabotagem de produtos como papel e celulose, arroz, alimentos industrializados, máquinas e produtos químicos. No primeiro trimestre deste ano, um dos destaques foi a movimentação de aço para a construção civil. A Aliança conquistou um grande cliente com a conteinerização de caulim, utilizado no branqueamento de papel e na fabricação de cerâmicas, que tradicionalmente era transportado por caminhões ou navios graneleiros.
Voloch também destacou um projeto piloto para embarque de trigo em contêiner no transporte de Rio Grande para o Pará. Ele explicou que, em vez de embarcar 15.000 ou 20.000 toneladas por mês, pode embarcar 500 ou 1.000 toneladas toda semana e fazer cadeia mais cadenciada e até reduzir o volume de capital de giro necessário para financiar 20 mil toneladas por embarque. “Estamos desenvolvendo para esse cliente uma alternativa para o transporte (...) Se funcionar, o volume é grande porque traz regularidade, frete competitivo e confiança para o produtor de trigo de que a cadeia dele será atendida toda semana”, projetou.
20/12/2024
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