A Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) lançou o primeiro Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) das associadas à ABOL, em parceria com o Instituto Via Green, como parte de suas ações voltadas às políticas ESG. O levantamento revelou que a queima de combustíveis fósseis, principalmente o diesel, é a principal fonte de emissões, representando 94,5% do total. Participaram do estudo 20 empresas, que apontaram os altos custos e a necessidade de investimentos como principais desafios para implementar ações de redução de emissões.
Os dados principais do estudo revelam:
- Emissões totais: 973.987 tCO2e, sendo 93.741 tCO2bio de fontes naturais.
- Distribuição por escopos:
- Escopo 1: 58,8% (emissões diretas, como transporte);
- Escopo 2: 0,3% (energia adquirida);
- Escopo 3: 40,8% (emissões indiretas complementares).
- Uso de combustíveis: Diesel (94,5%), gasolina (5%) e etanol (0,002%).
- Apenas 33,3% das empresas possuem metas climáticas para todos os escopos, e 44,4% têm planos de adaptação às mudanças climáticas.
O processo de desenvolvimento do inventário envolveu a definição dos limites e abrangências, o mapeamento das fontes de emissões e a coleta de dados para realização dos cálculos. Foram considerados três escopos estabelecidos pelo GHG Protocol (Greenhouse Gas Control).
? O primeiro contempla as emissões resultantes das operações diretas dos Operadores Logísticos, como, por exemplo, dos modais de transporte utilizados para movimentar as mercadorias (caminhões, aviões, navios, etc.);
? O segundo considera as indiretas, provenientes da energia elétrica ou da refrigeração adquirida para uso próprio;
? Já o terceiro está relacionado às indiretas complementares, como as ligadas às matérias-primas, viagens de negócios, deslocamentos de colaboradores, descartes de resíduos, entre outros.
Criado em 2022, o Grupo ESG da ABOL definiu o cronograma de trabalhos junto aos representantes das áreas de Sustentabilidade e Recursos Humanos dos OLs, identificando os 5 macrotemas que deveriam estar no topo das agendas das empresas, seus CEOs e da Associação. São eles: “clima, eficiência e carbono”, “talentos e diversidade”, “saúde, segurança e bem-estar” e “ética, integridade, transparência e privacidade”.
O resultado foi a composição da chamada "matriz de dupla materialidade" do setor, aplicada em uma mandala digital, que se conecta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), do Pacto Global da ONU.
Perspectivas futuras:
- Com a regulamentação do mercado de carbono prevista para 2025 e a realização da COP 30 no Brasil, aumentar a urgência de estratégias para redução de emissões e transição energética no setor.
- A ABOL reforça a importância de conscientização e implementação de diagnósticos para ajudar os operadores logísticos a enfrentar desafios climáticos.