O crescimento da presença dos Operadores Logísticos (OLs) na região Centro-Oeste, com aumento de 25% nas instalações nos últimos dois anos, foi destacado pela diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, durante a sua participação no primeiro painel desta terça-feira do Centro Oeste Export. O incremento significativo integra os dados obtidos no estudo do novo perfil do OL, desenvolvido em parceria com o Instituto ILOS. O material ficou pronto há cerca de um mês.
"Os números deixam clara a importância do Centro-Oeste para os Operadores como um ponto de apoio estratégico para o país, que dá capilaridade e acesso às cargas do Sul e do Sudeste ao Norte e Nordeste. No entanto, apesar do cenário promissor, enxergamos a necessidade de melhorias, como infraestrutura adequada e um olhar mais estratégico para a industrialização, diversificando os nichos de atividades desenvolvidas na região. Mesmo com obras em rodovias, ainda vemos acidentes e gargalos. Não podemos mais permitir que essa situação comprometa o escoamento de produtos", afirmou Marcella.
Ela ressaltou, sobretudo, investimentos direcionados à perímetros de cidades, estreitando as distâncias entre os pontos de parada e contribuindo para a redução de frete e lead time, por exemplo. "Há OLs que transportam cargas refrigeradas sendo obrigados a parar fora da rota, ou seja, precisando de mais pontos de apoio ao longo do caminho".
A diretora da ABOL também aproveitou para mencionar iniciativas e projetos governamentais relevantes, como o Voo Simples - para garantir maior disponibilidade de aeroportos para o recebimento de cargas internacionais e desburocratizar o modal - o BR do Mar e o novo Marco Legal das ferrovias. "Me deixa muito satisfeita ouvir do Marcelo sobre o foco da empresa em utilizar o modal para o abastecimento interno do país", disse Marcella, referindo-se ao comentário feito pelo presidente da Brado Logística, Marcelo Saraiva, que também integrou os debates.
O CEO da empresa, uma das associadas da ABOL, apresentou as previsões da Brado, que deve chegar à movimentação de 3 milhões de toneladas de cargas por ferrovias em contêiner. Falou ainda sobre a mudança de rota com olhar para o mercado interno. A Brado se prepara para atender o mercado interno no eixo Anápolis (GO) - São Paulo, e os mercados de importação e exportação a partir de Goiás, conectando indústrias e os principais produtores agrícolas ao Porto de Santos. "O Centro-Oeste é uma região pujante. Estamos chegando e sendo muito bem recebidos".