Por Marcio Medina, Vice-Presidente Comercial da DP World no Brasil
Em um mundo onde as cadeias de suprimentos globais estão cada vez mais complexas, empresas de diversos setores buscam soluções para desenvolver estratégias que potencializem a resiliência de suas operações. O setor logístico global, de forma geral, está vivenciando um momento de transição, onde a integração e a sustentabilidade são essenciais para reduzir custos e aumentar a eficiência.
Algumas das recentes disrupções, causadas por fatores como mudanças climáticas, tensões geopolíticas e desafios macroeconômicos, destacam a crescente necessidade de soluções logísticas mais eficientes, integradas e sustentáveis. Além disso, há ainda outro fator fundamental na competitividade do setor: o processo de verticalização dos terminais portuários, os quais, nos últimos anos, vem sendo adquiridos pelos grandes armadores, que passam a deter boa parte do controle do volume de cargas internacional.
Para seguir competitivo em meio a este ambiente de constantes mudanças, a DP World redesenhou sua estratégica global, com frentes de atuação que ampliam o seu escopo de serviços e a posicionam como uma provedora de soluções logísticas end-to-end.
A empresa utiliza a sua infraestrutura de portos e terminais espalhados em todo o mundo para ir além de sua atuação tradicional, oferecendo também soluções logísticas completas e personalizadas que conectam cargas desde a fábrica até a porta do cliente em todo o mundo.
Essa transformação reflete uma visão mais ampla e integrada do comércio global. Ao incorporar tecnologias inovadoras, soluções digitais e uma abordagem centrada no cliente, a DP World busca melhorar a visibilidade, a eficiência e a gestão das operações logísticas. Para atingir esse objetivo, o Grupo tem realizado aquisições pontuais de empresas que agreguem valor ao seu portfólio de serviços, como é o caso da americana Syncreon, especializada em soluções logísticas e da cadeia de suprimentos para as indústrias automotivas e de tecnologia de alto crescimento. A empresa foi 100% adquirida em 2021 e passou a integrar o portfólio da DP World Logistics. O mesmo aconteceu com a Imperial Logistics, focada na indústria automotiva, de saúde, química e de commodities, com operações concentradas na África e na Europa. A DP World adquiriu a Imperial visando melhorar a conectividade das rotas comerciais entre produtores africanos, ampliando sua rede de parceiros dentro do continente com portos e terminais, zonas econômicas e logística marítima.
Outra estratégia do Grupo é ampliar sua participação, ainda que de forma orgânica, no segmento de freight forwarding, abrangendo um novo escopo de venda de serviços como frete marítimo, aéreo, transporte rodoviário, seguro internacional e desembaraço aduaneiro.
Para isso, tem investido na abertura de mais de 100 escritórios deste segmento ao redor do mundo, oferecendo uma gama de serviços que buscam fortalecer a posição da DP World no mercado global, conectando sua capilaridade de terminais portuários e empresas logísticas que atuam para grandes marcas, oferecendo soluções mais completas e customizadas para empresas de diferentes regiões.
Com uma rede global de mais de 400 unidades operacionais, em mais de 70 países, a DP World integra portos, terminais, serviços marítimos, distribuição e soluções multimodais, facilitando o fluxo contínuo de mercadorias de maneira eficiente, ágil e sustentável. Seu portfólio diversificado de serviços é projetado para atender às necessidades de empresas em um mercado cada vez mais competitivo e volúvel, reduzindo o tempo de inatividade e garantindo processos logísticos contínuos.
Brasil segue tendência global
No Brasil, um enorme mercado com mais de 200 milhões de pessoas, com potencial estratégico de desenvolvimento de serviços da DP World Logistics, também se observa a tendência de transformação das cadeias de suprimentos. Um estudo recente, encomendado pela DP World e realizado pela MindMiners, em colaboração com a EXAME, consultou executivos C-Level de grandes empresas no país que contratam serviços logísticos. Esse estudo aponta que a má comunicação por parte dos prestadores de serviços logísticos é um dos principais gargalos para as empresas, associado a um alto custo destes serviços. O estudo aponta, ainda, que 58% dos executivos entrevistados optariam por otimizar a gestão de seus processos logísticos por meio da contratação de uma única empresa que ofereça soluções logísticas integradas "end-to-end", visando, entre outros fatores, mas principalmente, a redução de custos.
A DP World tem investido no país, onde opera um terminal multipropósito no Porto de Santos (SP) desde 2013, com capacidade para 1,4 milhão de TEUs e investimentos já anunciados para expansão para 1,7 milhão até 2028, além de um complexo dedicado à movimentação de celulose com capacidade para 5 milhões de toneladas.
Em março deste ano, a empresa anunciou um acordo com a Rumo, maior concessionária de operação ferroviária do país, para a construção de um novo terminal dedicado à movimentação de grãos e de fertilizantes, que será instalado na área da DP World.
O novo empreendimento terá capacidade para movimentação de até 12,5 milhões de toneladas anuais, sendo 9 milhões de toneladas de grãos e 3,5 milhões de toneladas de fertilizantes, impulsionando a competitividade do agronegócio no longo prazo.
Também recentemente, o Grupo inaugurou dois escritórios de freight forwarding no país, sendo um em Itajaí (SC) e outro em São Paulo, além de um já existente em Santos.
Já a divisão de Contract Logistics conta com três unidades de operação no estado de São Paulo, reforçando sua posição como parceiro logístico estratégico.
Para o ano que vem, um ambicioso plano de expansão será colocado em prática, com a abertura de outros quatro escritórios nas cidades de Campinas, Curitiba, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além da contratação de mais de 100 profissionais de vendas e operações, visando o crescimento das atividades da DP World Logistics no Brasil.