01/02/2021

A importância da cadeia de frio para a vacinação

 A importância da cadeia de frio para a vacinação


Antes de vir à tona o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, governos estaduais já prospectavam empresas com know-how em transporte de produtos de saúde. Essas transportadoras apresentavam como diferencial o domínio das boas práticas em “cadeia de frio”. A cadeia nada mais é do que o “processo englobado pelas atividades de armazenagem, conservação, manuseio, distribuição e transporte dos produtos sensíveis à temperatura”. A definição consta da RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) n.° 304, da Anvisa.

Esse foi o caso da Kodex, operadora de transporte multimodal com sede em Porto Alegre e atuante em nível nacional. “A gente operou muito, desde o início da pandemia, com entregas de kits hospitalares. Um cliente nosso demandou fortemente respiradores, camas, itens de UTI. Foi um grande case para a empresa. Faz três anos que trabalhamos com a área da saúde, mas, ao longo de 2020, conseguimos demonstrar nossa eficiência para o Brasil todo”, conta Thais Bandeira, sócia-proprietária da Kodex.

Contatada pelo governo do estado de São Paulo, a empresa ajudou a traçar uma estratégia que se mostrou acertada. “Em conjunto com o Ceadis (Centro Estadual de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde do Estado de São Paulo), a gente identificou que era preciso utilizar veículos refrigerados, mesmo que a vacina chegasse ‘encapsulada’, ou seja, dentro de um reservatório ou isopor que mantivesse a temperatura”, relata.

Um ponto que facilitou muito o desenho da operação foi a temperatura suportada pela Coronavac, que é de 2°C a 8°C, assim como a vacina de Oxford e a maioria das vacinas usadas em campanhas massivas. O temor era que o Brasil optasse por uma plataforma tecnológica semelhante à da Pfizer, que precisa ser mantida a incríveis -70°C (veja box). “Nós já tínhamos transportado vacinas para alguns laboratórios e tínhamos todas as licenças, além de estarmos amparados por uma responsável técnica farmacêutica”, recorda a empresária.

A cadeia de frio implica, ainda, que as temperaturas não sejam demasiadamente baixas. Vacinas que contêm alumínio, por exemplo, perdem a eficácia em caráter permanente a menos de 2°C. Em regra, medicamentos não podem congelar. Daí a importância do monitoramento constante e do uso de ferramentas inusitadas, como o gelox ou gelo artificial, que nada mais são do que bolsas plásticas preenchidas com água gelada – mais fáceis de controlar do que pedras de gelo.

Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do Setcesp, fornece uma descrição minuciosa da cadeia de frio da vacinação em São Paulo. “Faz-se o controle da temperatura da doca. Os lotes a serem embarcados ficam aguardando a aferição e o controle de temperatura do veículo, que estará parado em frente à doca. Estando ambos em conformidade, abre-se a doca e carrega-se o veículo. Fecha-se o veículo e faz-se a medição interna com equipamentos. Estando o veículo com a temperatura certa, inicia-se a viagem. É feita uma medida da temperatura a cada minuto. A gente gera um relatório para o governo do estado durante todo o percurso, minuto a minuto, sobre o controle da temperatura. Chegando ao destino, é a mesma coisa. Só depois de última medição, abrem-se as portas e se descarrega no centro de distribuição.”

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