07/11/2022

Workshop ESG enfatiza compromisso da ABOL com o desenvolvimento sustentável do setor de logística

 Workshop ESG enfatiza compromisso da ABOL com o desenvolvimento sustentável do setor de logística



Recentemente, a ABOL se tornou signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é alinhar as operações de negócios aos dez princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. O foco da iniciativa vai ao encontro das ações desempenhadas pela Associação, cujo planejamento estratégico envolve projetos voltados à Governança Ambiental, Social e Corporativa.


O incentivo às práticas foi confirmado no último dia 26, durante o Workshop "Operadores Logísticos ESG", realizado pela ABOL no auditório do complexo onde fica a sede da entidade. Voltado às empresas filiadas, o evento trouxe especialistas para tratarem assuntos envolvendo a temática, como transição energética, inventário de emissões, diversidade, colaboração, entregas sustentáveis e muitos outros.


"A ideia é discutir a questão de forma setorial, focando em resultados práticos. Juntos, podemos pensar em metas para o nosso Grupo ESG, além de entregar soluções positivas para a sociedade", destacou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha.


Para o coordenador do Grupo ESG da Associação, Felipe Romera, o engajamento das empresas é fundamental para a superação dos desafios. "Precisamos de um direcionamento para nos organizarmos e definirmos estratégias para o futuro".


O diretor técnico da Report Estratégia, Victor Netto, abriu os trabalhos traçando um panorama do ESG, que começou a aparecer de forma mais acelerada há dois anos como uma forma de tornar mais palatável a sustentabilidade para o mercado financeiro.


"A partir de 2020, foram impulsionadas as divulgações voltadas às questões climáticas. E os investidores querem saber os riscos, oportunidades e impactos financeiros relacionados a essas transformações. Eles deixam claro que há uma linha tênue entre ESG e o que é alavanca tangível de impacto financeiro. 2020 se tornou um ano importante para a temática e hoje não podemos mais tratá-la como moda, pois já há muita informação construída", destacou o especialista.


No entanto, apesar da tríade ser amplamente discutida, ainda há um questionamento sobre "Por onde começar?", mencionou Netto. Segundo ele, as organizações precisam compreender o que é significativo e relevante e encontrar o melhor processo ao seu alcance.


"É fundamental pensar na materialidade de questões na sua atividade de negócios. Emissões na logística é um tema relevante. É preciso ter compromissos setoriais, olhar para o impacto financeiro e sua relevância para os stakeholders, ou seja quais temas mais impactam o setor e os negócios".


Em seguida, o presidente da SCAMBO, Paulo Fernando de Oliveira, trouxe Soluções Únicas em Logística, alinhando teoria e prática e apresentando cases como o da Prefeitura de Londres, que pegou vagas de estacionamento ociosas e licitou para gerar um last mile sustentável. A Amazon foi a vencedora da concorrência.


"Foi uma otimização de ativo e um empurrão em movimento sustentável. O nosso problema é que tomamos restrição legal como dado. Em Nova Iorque, por exemplo, há linhas preferenciais para caminhões, porque para a cidade é mais eficiente do que ter dez vucs nas ruas", observou Oliveira, referindo-se à restrição da circulação de caminhões em São Paulo no período da tarde durante a semana.


"Se eu tenho caminhão elétrico, deveria ir às prefeituras e negociar algo que fosse melhor. É uma pauta de grupo, universidade, poder público e empresa. Precisamos de iniciativas combinadas para maximizar benefícios", completou o presidente da SCAMBO. Nesse cenário, o executivo trouxe os pilares da eco-logística e seus desafios de implementação.


Os eixos apresentados envolvem opções de entrega alternativas, veículos de entrega urbana mais seguros, integração entre as malhas e modelos de entrega, estratégias de consolidação para a entrega, eficiência das operações, estruturas para modelos de negócio sustentável e a mensagem Abrace o futuro da logística sustentável. "Colaboração é sustentabilidade na logística. Reduz custos e melhora o nível de serviço. Colaboração traz serviço e eficiência. Quanto mais eficiente, mais sustentável", enfatizou Oliveira.


A importância de seguir pelo caminho das premissas ESG para atrair investidores e garantir a credibilidade da empresa foi reforçada pelo Presidente do Instituto Via Green, Conrado Bertoluzzi. Ele analisa que o consumo mais responsável vai reger o mundo corporativo daqui pra frente. O Via Green é uma organização não governamental especializada em logística sustentável que busca fomentar a cultura da gestão dos impactos ambientais gerados pelas operações de transporte de cargas e passageiros


"Vivemos no mundo da hipertransparência, onde o ESG não vai passar. Tudo o que a empresa faz tem transparência imediata, tudo que não reporta pode repercutir de forma negativa. Nessa nova geração não há espaço para velhos hábitos. A dependência do combustível fóssil ainda é presente no setor de logística. Não conseguimos mudar a matriz. A consequência são efeitos extremos, como desastres ambientais".


Em busca de soluções para a matriz energética ainda predominante no País, o vice-presidente da ABiogás, Gabriel Kropsch, afirmou que estamos indo na direção errada com uma fonte de combustível cada vez menos renovável. Ele acredita que a mudança pode vir por meio do Biogás, que gera o biometano. Ambos são gases produzidos a partir da biomassa e podem ser utilizados para a geração de energia elétrica ou térmica.


De acordo com Kropsch o Biometano é oriundo da decomposição da matéria orgânica, sendo idêntico ao gás natural. "O processo para fabricar é o mesmo, mas o gás natural demora 400 milhões de anos embaixo da terra. No biodigestor é feito o mesmo processo em 4 anos. É a fonte de energia primária com menor pegada de carbono que existe".


O potencial do biogás no Brasil é enorme, na ordem de 120 milhões de metros cúbicos por dia, sendo o consumo de apenas 60 milhões. "Podemos substituir mais de ⅓ de toda a geração de energia elétrica do Brasil", mencionou o vice-presidente da Associação, que estima investimentos de R$ 60 bilhões em novas usinas até 2030.


O Workshop contou ainda com painéis de Martin Simon, Diretor da Hydrogen Dialogue Latam, Sueli Mendes, Gerente de Relações Institucionais, Captação & Eventos do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e Ricardo Melchiori, Membro e assessor do Programa de Logística Verde Brasil.



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