Após 48 anos anos da criação do Dia da Mulher, data estabelecida para marcar as lutas por respeito, qualidade de vida e igualdade de direitos entre homens e mulheres, as discussões não se restringem mais a apenas um gênero.
Em todos os espaços e aspectos da vida, é preciso falar sobre diversidade, equidade, inclusão e a necessidade de projetos e iniciativas capazes de transformar, principalmente, o ambiente dentro das empresas.
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) apontou que 33,3% dos OLs contam com 41% ou mais mulheres no seu quadro de colaboradores atualmente. Já metade dos OLs afirmou que esse percentual fica entre 21% e 30% do total de funcionários. Além disso, 83,3% garantiram que não há diferenciação salarial entre homens, mulheres e outros gêneros.
As estatísticas chamam atenção, sobretudo em um momento no qual a diferença de remuneração entre homens e mulheres, que vinha caindo até 2020, voltou a subir, atingindo 22% no fim de 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso significa que uma brasileira recebe, em média, 78% do que ganha um homem. A posição delas em cargos de liderança também segue baixa, evidenciou o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Mulheres representam apenas 15,2% dos profissionais em conselhos e diretorias de companhias abertas no Brasil.
Apesar do cenário geral, no setor de logística a pesquisa da ABOL também mostrou que 50% das empresas têm a contratação de mulheres e outros gêneros como parte das ações focadas em diversidade. Inclusive, metade delas considera a questão nos processos de recrutamento e seleção para todos os tipos de vagas e cargos. Ou seja, ainda que haja um longo trabalho a ser feito, os OLs já começaram a dar os seus primeiros passos. De acordo com os entrevistados pela ABOL, 33,3% têm um projeto de diversidade em execução há mais de um ano. Outros 16,7% ingressaram nesse universo entre os últimos dois e quatro anos.
Entre as políticas organizacionais estão projetos voltados aos jovens e pessoas com deficiência, ações de combate ao preconceito e à discriminação, capacitação direcionada a grupos minoritários, definições de indicadores relacionados a gênero, comunicação ampla e abrangente entre os colaboradores, e conexão com mercados e parceiros para captação de mão de obra diversa.
"As empresas percebem os retornos positivos obtidos ao investirem em programas internos que estimulam a diversidade e inclusão. As experiências costumam ser marcantes em equipes que prezam pela diversidade, uma vez que possibilitam novas e diferentes visões sobre o mundo e o mercado, contribuindo para o processo de inovação, melhoria dos resultados e, consequentemente, para o crescimento da companhia e o progresso de nossa sociedade. Os impactos positivos são em cadeia. Essas conclusões, que parecem óbvias a nós, e a muitas mulheres leitoras, ainda precisam ser repetidas e veiculadas de modo a quebrar o preconceito que ainda resta incutido em algumas corporações", destacou a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha.