A Brado, empresa de logística multimodal, realiza uma operação complexa e com rigoroso controle de qualidade no transporte interestadual de milho, mercado que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Desde 2017 – quando as operações iniciaram – até o ano passado, a movimentação cresceu de 71 mil toneladas para 575 mil.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que o volume de consumo interno do milho no Brasil registrou uma alta de 27% nas últimas cinco safras.
Dentro dos estados, no entanto, a produção do grão nem sempre acompanha a demanda e há um intenso comércio interestadual. É o caso de São Paulo, que consumiu 8,3 milhões de toneladas de milho, mas produziu 4,8 milhões – déficit de 3,5 milhões de toneladas, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA). Para cobrir essa diferença, o estado compra milho de outros superavitários. Um deles é Mato Grosso, que na safra 21/22 produziu 43,84 milhões de toneladas e consumiu apenas 11,74 milhões, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA/Secex).
“Estamos localizados estrategicamente para atender essa comercialização. A Brado conta com um terminal intermodal em Rondonópolis (MT) e outro em Sumaré (SP), ligando o maior polo produtor de milho do país à região mais industrializada”, afirma Zuleica de Melo, gerente executiva de Execução Comercial e CX. Os clientes são grandes indústrias que atuam na produção de alimentos processados, avicultura para alimentação e ração para pets.
Qualidade e operação
A operação comum de milho que movimenta a maior parte do cereal comercializado no país envolve a armazenagem em pool. Ou seja, não existe uma segregação por cliente ou produtor. Toda a carga que chega ao terminal passa por uma certificadora e segue as regras de qualidade alinhadas entre todos os clientes. Na Brado, esse processo é diferente.
“O grão movimentado pela Brado envolve uma operação desenhada para atender as exigências de um mercado muito específico. Cada cliente tem seu próprio silo, horário de descarga, certificadora e regramento individual”, diz Zuleica. “É um trabalho robusto que exige inteligência e conhecimento sobre rastreabilidade. A destinação e exigências operacionais são atendidas de forma personalizada”.
A operação na prática
Dentro do terminal o processo é todo automatizado. Cada cliente tem sua janela de descarga previamente agendada para que as cargas não se misturem. Após a chegada, os caminhões seguem para o processo de classificação, para o qual cada cliente contrata sua própria certificadora e faz análises laboratoriais. Em geral, além da umidade, é verificada a ausência de microtoxinas nocivas à saúde humana e animal.
As cargas recusadas retornam ao produtor. As aprovadas seguem para pesagem e o motorista é direcionado ao tombador. No painel de automação o operador indica o destino do produto, conforme rota previamente cadastrada, garantindo a segregação nos silos.
Em Rondonópolis, o terminal é estruturado com seis silos, três com capacidade de 5 mil toneladas e outros três de 1,2 mil. Conforme o processo do cliente, eles são esvaziados, higienizados e fumigados a cada três ou seis meses.
“A operação é extremamente segura. O produto é estufado e lacrado em contêineres numerados, permitindo total rastreabilidade”, afirma a gerente. De Rondonópolis, segue via ferrovia até o terminal de Sumaré (SP) e posteriormente pela rodovia até a fábrica do cliente, onde só então o lacre é rompido, garantindo a qualidade do milho.
Benefícios
Além da higienização dos silos, os contêineres também passam por esse controle periodicamente. O transporte da commodity pela ferrovia traz uma série de vantagens. O tipo de acondicionamento no contêiner lacrado garante menor risco de contaminação e elimina as perdas durante a viagem.
O trem também permite o escoamento de grandes volumes de milho e desafoga as rodovias – uma composição com 82 vagões double stack, com 164 contêineres de 40 pés, equivale a até 145 caminhões transitando entre os estados. O escoamento é cadenciado, garantindo uma regularidade de entrega que beneficia a cadência de produção das indústrias. E o melhor aproveitamento da vocação de cada modal – trens nas distâncias longas e caminhões nos trechos curtos – reduz o custo logístico e as emissões de gases do efeito estufa.
A Brado oferece aos clientes uma calculadora de emissões de CO2: o Green Log. Na ferramenta online, é possível calcular as emissões evitadas com a adoção das soluções multimodais da empresa. Nos últimos dois anos, os clientes de milho do mercado interno deixaram de emitir mais de 121 mil toneladas de CO2, equivalentes à emissão anual de 26,2 mil veículos. Seriam necessárias 869 mil árvores para absorver integralmente esse volume.