Com o crescimento cada vez mais acelerado das startups de tecnologia, diversos setores veem surgir nichos de soluções digitais. Esses grupos setoriais de startups “techs” vêm sendo batizadas com a junção do sufixo a termos em inglês que representam cada setor. Muito além das fintechs, ligadas ao setor financeiro, há as edtechs (educação), healthtechs (saúde), proptechs (propriedades imobiliárias) e inúmeras outras.
No mapeamento que fazemos na Associação Brasileira de Startups (Abstartups), consideramos startups de 45 setores, que acompanhamos ano a ano, desde 2010. De lá para cá, duas coisas mudaram: a quantidade de startups, que saltou de pouco mais de 2 mil para quase 13 mil, e os nomes dos setores, que, com o aumento das empresas, ganharam suas versões “tech”.
Outra mudança foi a distribuição das startups entre setores. Se em 2010, quase 19% das startups eram edtechs, esse número caiu para 14,8% até o momento em 2021. Não que elas tenham diminuído, as startups de educação continuam na liderança entre os 45 setores e mais que dobraram em volume no período.
Porém, outros setores surgiram ou cresceram ainda mais rapidamente e passaram a aparecer na composição. Em 2010 praticamente não existiam proptechs, que hoje somam 3,4% de todas as startups do país, atuando nos setores imobiliário e de construção civil.
Por outro lado, as healthtechs cresceram muito acima da média e aumentaram a participação de 3,65% em 2010 para 9,37% em 2021, considerando os 15 maiores setores. Em compensação, as adtechs, voltadas ao mercado de publicidade e propaganda, caíram de 6,96% para 4,7% em participação no mesmo período. Algumas áreas ficaram tão grandes que deram origem a subáreas mais específicas, como o caso das insurtechs (as seguradoras tecnológicas) ou os neobanks (bancos digitais), que antes eram considerados todos juntos dentro do grupo das fintechs.
Dentre alguns setores que vêm crescendo e se destacando com sua versão tech, estão salestechs (tecnologias para vendas), logtechs (logística), touristechs (turismo), mobilitytechs (mobilidade), indtech (soluções industriais), HRtechs (recursos humanos), fashiontechs (moda e beleza), lawtechs (ligadas ao direito) e sportechs (esporte). Está cada vez mais difícil achar um setor que não tenha um braço tech para chamar de seu.
A Único, por exemplo, novo unicórnio nacional anunciado ontem, se denomina uma “idtech” - empresa de tecnologia que trabalha com identificação pessoal.
Mais do que uma moda tech, essa onda de rebatização de setores é reflexo da força do movimento de transformação digital, que já vinha se espalhando por setores empresariais mais tradicionais, e ganhou muito mais força com a pandemia.
Tudo isso, associado ao momento macroeconômico com juros baixos e câmbio desvalorizado, vem atraindo investimentos recordes para a área, resultando em cada vez mais e maiores novas empresas de tecnologia. O futuro certamente nos reserva muitas novas categorias tech que deverão surgir.
Fonte: Estadão
29/11/2024
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