08/11/2024

Nosso negócio não está preso a caminhões, diz CEO da JSL sobre diversificação

 Nosso negócio não está preso a caminhões, diz CEO da JSL sobre diversificação



A JSL (JSLG3) tem trabalhado para diversificar cada vez mais os negócios, em um mercado de logística ainda fragmentado e com forte competição. Segundo o CEO da companhia, Ramon Alcaraz, a estratégia passa pelo aumento de contratos com maior valor agregado.


“Queremos ser uma empresa essencial para o cliente, que presta serviços com alto grau de especialização. Não queremos brigar por preço”, disse o executivo em entrevista à Bloomberg Línea.


Ele afirmou que a empresa tem elevado a aposta em operações de intralogística e armazenagem, que não utilizam caminhões. “Não é que queremos fugir dos caminhões, mas não estamos presos a eles.”


Atualmente, 47% da receita da JSL vem de transporte de cargas, seguido de operações dedicadas (33%), armazenagem (13%) e distribuição urbana (7%).


Nesse contexto, a companhia tem investido na oferta de serviços que envolvem mão de obra especializada e tecnologia, com foco na gestão de armazéns – próprios e de terceiros – e na logística dentro das fábricas.


“Hoje, 30% do nosso negócio já não envolve caminhões”, explicou Alcaraz.


O executivo acrescentou que, desde o início da pandemia, 2024 tem sido o ano em que os preços dos insumos – como peças, combustível e caminhões – tiveram maior estabilidade. “Não tivemos grandes picos de preços, a tendência é a de estabilização.”


No terceiro trimestre, a JSL registrou um lucro líquido de R$ 43,8 milhões, com uma queda de 6,4% na comparação anual, segundo balanço divulgado na noite desta quarta-feira (06). Na métrica ajustada, houve crescimento de 25,3% do indicador, para R$ 72,7 milhões.


O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no terceiro trimestre alcançou R$ 466,4 milhões, alta de 18,7% em relação ao mesmo período do ano passado.


Já a receita líquida aumentou 17% na mesma base de comparação, para R$ 2,35 bilhões.


“Praticamente todos os setores demandantes estão indo bem, como mineração, florestal, alimentos e bebidas e varejo. O único que efetivamente não está tão bem assim é o agronegócio. De maneira geral, fomos favorecidos em termos de receita”, disse Alcaraz.


De janeiro a setembro de 2024, a companhia acumulou um capex de R$ 680,4 milhões, o que representou um aumento de 2,7% sobre o mesmo período do ano passado. “Continuamos sendo uma empresa de capex alto, o que deve permanecer também em 2025″, disse o executivo.


Ao longo do terceiro trimestre, a companhia registrou R$ 2,2 bilhões em novos contratos, com prazo médio de 64 meses. O volume deve adicionar uma receita média mensal de R$ 34 milhões à companhia.


Em 2024, a JSL acumula R$ 4,5 bilhões em novos contratos. “Há quatro anos temos trabalhado na eficiência, em redução de custos e na precificação correta dos contratos”, disse.


Foco também em redução de alavancagem


A JSL encerrou o terceiro trimestre com uma alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda de 2,94 vezes, ante 3,04 vezes no período imediatamente anterior e 2,63 vezes um ano antes.


De acordo com o CFO da JSL, Guilherme Sampaio, a companhia atingiu o pico de alavancagem no segundo trimestre deste ano dentro do planejamento para curto e médio prazo.


“Faz parte da estratégia da companhia reduzir a alavancagem, esse é nosso foco, temos trabalhado para isso tanto neste ano quanto em 2025”, disse o executivo.


Nesse contexto, Sampaio disse que os movimentos de fusões e aquisições continuam a fazer parte do planejamento da companhia, mas que não há uma meta definida.


“Os M&As são sempre um complemento ao nosso plano de negócios. Precisamos achar a empresa certa, com uma expertise que possa se beneficiar do nosso sistema e, com valuation certo, nós a colocamos para dentro.”


Nos últimos três anos, a JSL realizou oito aquisições.


“Todas as aquisições que fizemos não afetaram a nossa alavancagem. São boas empresas, que já vêm com um bom patamar de margens e o preço negociado da forma correta”, afirmou. “Não acreditamos que [os M&As] têm potencial de mudar essa curva de desalavancagem.”


Fonte: Bloomberg Línea



Notícias Relacionadas
 Veículos autônomos devem movimentar US$ 45 bilhões no transporte de cargas até 2034

18/07/2025

Veículos autônomos devem movimentar US$ 45 bilhões no transporte de cargas até 2034

O uso de veículos autônomos no transporte de cargas deve ganhar escala nos próximos anos. Segundo a consultoria Precedence Research, o mercado global de entregas autônomas na etapa last (...)

Leia mais
 BBM aposta em ganhos de agregados para avançar crescimento, reduzindo custos

16/07/2025

BBM aposta em ganhos de agregados para avançar crescimento, reduzindo custos

A BBM Logística, um dos maiores operadores logísticos do Brasil, decidiu apostar na expansão do número de motoristas agregados, com aumento incentivado de seus ganhos, para ampliar prese (...)

Leia mais
 Entidade aciona Justiça para tirar privilégio dos Correios no governo Lula

15/07/2025

Entidade aciona Justiça para tirar privilégio dos Correios no governo Lula

A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) acionou a Justiça recentemente pedindo a suspensão de um decreto do presidente Lula, de 2024, que dá “preferência” à contratação d (...)

Leia mais

© 2025 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.