17/05/2022

Priorizar ESG é gerir riscos e atrair investidores, garante especialista



Três letras ganharam destaque no universo corporativo nos últimos anos: ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança). Há quem associe o termo somente à sustentabilidade. No entanto, o cenário é muito mais amplo e está ligado ao risco financeiro do negócio e dos investimentos. Em evento virtual organizado pela Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), o especialista no tema, Roberto Roche, deixou claro para as 30 maiores empresas do setor de logística brasileiro que “ESG não é filantropia e caridade, não é certificado e não é apenas números ou sustentabilidade corporativa”. A abreviação está ligada à gestão de riscos e se engana quem busca a compensação como solução para driblar as exigências do mercado.


O surgimento do ESG foi o ponto de partida do encontro, trazendo à tona acidentes que marcaram a história do mundo corporativo no País e no mundo, como as 47 ocorrências envolvendo nitrato de amônio. "Grandes acidentes, empresas quebrando, multas milionárias. Todo impacto socioambiental causa um desastre econômico na região, na empresa e até mesmo em toda a cadeia de logística de suprimentos. O ponto em comum nos acidentes é justamente a falta de governança. É preciso mostrar para os investidores que o risco ESG está sob controle", destacou Roche, que tem MBA pela Harvard University USA e foi conselheiro do Conama e Perito Socioambiental do Ministério Público Federal.


Um dos primeiros acidentes com nitrato de amônio deixou 561 mortos e quase 2 mil feridos em 1921. Ocorreu em uma fábrica da Basf em Oppau, na Alemanha, quando cerca de 4,5 mil toneladas de uma mistura de sulfato de amônio e nitrato de amônio explodiram. “O risco estava em ninguém se importar com o armazenamento e operação, se acontecia perto de comunidade, ao lado de algum rio, se havia crime ambiental. A ONU começou a colocar regras apenas na década de 80”, mencionou o palestrante.


Segundo o especialista, ESG é um processo infinito, que aos poucos vai sendo elaborado, ou seja, não acontece de um dia para o outro. Isso significa que não há empresa 100% ou 0% ESG. "Não é classificação binária, precisa ser analisado o nível de maturidade ESG". Para Roche, não existirá empresa que a sociedade não queira. O segredo é estar atento ao anseio dos investidores, que são soberanos em seus critérios. "É fundamental ter uma 


gestão de riscos para demonstrar ao mercado financeiro e à sociedade que podem dormir tranquilos", afirmou o especialista, 


De acordo com ele, os investidores vão analisar o nível de maturidade ESG da empresa, solicitando um plano de ação para o pilar mais fraco. “O sarrafo socioambiental está subindo e é importante que se conheça todos os riscos socioambientais do seu negócio. Tenham fôlego e estômago na hora da regulamentação. Há uma forte cobrança na mão invisível do mercado. É preciso estar atento sobre quanto vale a imagem da empresa em que vocês trabalham”, disse Roche, cuja experiência levou à vice-presidência em ESG para fundos de investimentos na África e Ásia. 


Para a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha, o evento - realizado no último dia 24 - foi de suma importância para os Operadores Logísticos, que vêm buscando uma gestão mais baseada em valores humanitários, ambientais e de transparência não só para prestar contas ou atrair investidores, mas porque simplesmente é a coisa certa a se fazer. "Ao mesmo tempo, é importante desmistificar e desromantizar o que ESG significa no mundo corporativo. A palestra do Roberto Roche foi muito esclarecedora nesse sentido."


Operadores Logísticos e o ESG
Atentos e preocupados com as abordagens relacionadas ao ESG, os Operadores filiados à ABOL contam com ações ligadas, por exemplo, à questão ambiental. Entre elas, estão o estabelecimento de políticas de racionalização de uso de insumos e o investimento na instalação de usinas solares em plantas logísticas, cobertura de pátios com placas fotovoltaicas e a aquisição de veículos ecológicos (elétricos, híbridos, a gás ou hidrogênio). 


Várias também integram o "Pacto Global da ONU”, maior iniciativa voluntária de sustentabilidade corporativa do mundo, que visa mobilizar a comunidade empresarial na adoção e promoção, em suas práticas de negócios, de Dez Princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.



Notícias Relacionadas

21/05/2024

Operadores Logísticos disponibilizam sua frota para ajudar o Rio Grande do Sul

Os principais responsáveis pela logística do País estão juntos em uma missão solidária para levar doações às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Diante da dificuldade de acesso a (...)

Leia mais

21/05/2024

Dia do Frete Grátis x Operador Logístico

Dia das mães, Black Friday, Natal. Muitas são as datas comemorativas, que impactam diretamente o setor de logística, levando os Operadores Logísticos a desenvolverem um planejamento estr (...)

Leia mais

21/05/2024

ABOL visita operações logísticas na Argentina

À convite da associada Andreani Logística, a diretora Executiva da Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), Marcella Cunha, visitou as instalações da empresa, especializad (...)

Leia mais

© 2024 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.