14/02/2022

Estoques baixos impulsionam preço global das commodities

 Estoques baixos impulsionam preço global das commodities


Os estoques de algumas das commodities mais importantes da economia mundial encontram-se nos menores níveis históricos, com a demanda aquecida e a escassez de oferta ameaçando alimentar pressões inflacionárias em todas as partes do mundo.

De metais industriais e energia até a agricultura, a corrida por matérias-primas e alimentos básicos está se refletindo nos mercados futuros, onde um grande número de commodities entrou em “backwardation”- uma estrutura de preços que sugere escassez \quando o preço para entrega no curto prazo excede o de longo prazo].

Os problemas são particularmente graves nos metais, onde os preços no mercado à vista (spot) de vários contratos na London Metal Exchange (LME) estão sendo negociados a valores maiores que os de entrega posterior, pois os traders pagam grandes prêmios para garantir fornecimento imediato.

“Este é o cenário de estoques mais extremo”, diz Nicholas Snow-don, analista do Goldman Sachs. “É um caso totalmente sem precedentes. Não há resposta da oferta.”

A escassez ocorre num cenário de inflação global persistentemente alta, alimentada por interrupções logísticas e pela demanda reprimida após as economias se recuperam dos “lockdowns” impostos contra a covid. Os preços ao consumidor nos EUA tiveram, em janeiro, a maior alta anual em quatro décadas, batendo nos 7,5%.

Os estoques de cobre nas maiores bolsas de commodities estão em pouco mais de 400 mil toneladas, o que representa menos de uma semana do consumo global. Os estoques de alumínio também estão baixos, pois produtores na Europa e na China foram forçados a reduzir a produção por causa da disparada dos custos de energia.

“Os estoques estão baixos, não só nos depósitos da bolsa, mas em toda a cadeia de abastecimento”, diz Michael Widmer, analista do Bank of America. “Há um colchão de segurança limitado no sistema.” O alumínio bateu na semana passada o maior preço em 13 anos, de mais de US$ 3.200 a tonelada, após o Goldman Sachs dizer que os estoques podem se esgotar até 2023.

Os cortes na produção são só um fator por trás da escassez de oferta, que levou o índice Bloomberg Commodity Spot Index, medida importante das matérias-primas, a subir mais de 10% desde o início do ano, atingindo um patamar recorde neste mês. Nove dos 23 contratos futuros que perfazem o índice estão em “backwardation”, segundo dados da Refinitiv.

Outros fatores da escassez incluem falta de investimentos em novas minas e campos de petróleo, clima ruim e restrições nas cadeias de abastecimento causadas pela disseminação da covid-19.

Na sexta-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que os preços do petróleo, que já são negociados acima de US$ 90 o barril, poderão subir ainda mais, à medida que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados têm dificuldade para retomar a produção após o pior da pandemia.

“Se a diferença entre a produção real da Opep e suas metas continuar, as tensões na oferta aumentarão, reforçando a probabilidade de mais volatilidade e pressão de alta sobre os preços”, disse a AIE.

Na Europa, os preços do gás também continuam altos em meio ao aumento das tensões geopolíticas envolvendo a Ucrânia e fluxos menores vindos da Rússia. Os estoques de gás no continente estão abaixo das médias sazonais, segundo a consultoria ICIS, especializada em commodities. “O risco de escassez até o fim do primeiro trimestre é remoto, mas o mercado terá de garantir uma oferta significativa durante o terceiro trimestre para evitar o retorno dessas preocupações no próximo inverno”, diz Thomas Rodgers, analista europeu da ICIS especializado em gás.

Nos mercados agrícolas, as reservas do café arábica, o grão de maior qualidade, caíram ao menor nível em 22 anos. As interrupções no fornecimento e as exportações menores dos produtores da América Central levaram os estoques do café arábica na bolsa de futuros ICE ao menor nível em mais de duas décadas, à medida que os compradores de café correm para assegurar seus suprimentos.

Carlos Mera, analista sênior do Rabobank, diz que até agora a queda dos estoques de café em 2022 é “surpreendente”. Uma queda maior poderá elevar significativamente “a possibilidade de um aumento descontrolado dos preços”.

Recentemente, os preços do arábica na ICE atingiram o maior patamar em 10 anos, de US$ 2,59 a libra-peso, um aumento de 13% desde o começo do ano e mais que o dobro do preço de um ano atrás.

As crises de oferta também estão atingindo outros mercados. O Citigroup estima que a demanda por lítio, matéria-prima vital na produção de baterias, superará a oferta em 6% neste ano por causa da vendas de mais carros elétricos.

O carbonato de lítio para baterias subiu mais de 400% em 2021, para mais de US$ 50 mil a tonelada. Com os estoques limitados, analistas dos Citigroup acreditam que preços “extremos” serão necessários para “destruir a demanda” e equilibrar o mercado.



Fonte: [Valor Econômico

Notícias Relacionadas
 Santos Brasil avança rumo à meta de aterro zero até 2028

06/06/2025

Santos Brasil avança rumo à meta de aterro zero até 2028

A Santos Brasil dá mais um salto importante rumo à sustentabilidade: em cerca de um ano, desde o lançamento oficial do Projeto Aterro Zero, a Companhia alcançou uma redução de 63% no env (...)

Leia mais
 Tegma conquista quarta certificação do Great Place to Work

06/06/2025

Tegma conquista quarta certificação do Great Place to Work

A Tegma Gestão Logística foi certificada pela quarta vez consecutiva pela consultoria internacional Great Place to Work (GPTW), com base nos resultados de sua mais recente pesquisa de cl (...)

Leia mais
 IA e redes sociais estão a transformar as compras online

05/06/2025

IA e redes sociais estão a transformar as compras online

A DHL eCommerce lançou o seu relatório “E-Commerce Trends Report 2025”, com base em informações recolhidas junto de 24 mil compradores online em 24 mercados globais chave. O estudo deste (...)

Leia mais

© 2025 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.