24/05/2021

Wilson Sons anuncia reestruturação societária em busca de melhorar valor Wilson Sons anuncia reestruturação societária em busca de melhorar valor

 Wilson Sons anuncia reestruturação societária em busca de melhorar valor Wilson Sons anuncia reestruturação societária em busca de melhorar valor


A Wilson, Sons, uma das maiores operadoras integradas de serviços marítimos, portuários e de logística do país, anunciou há pouco, em Fato Relevante, uma reestruturação societária que, acredita, lhe trará uma série de vantagens. As principais são: aumento da liquidez das ações da empresa, maior interesse de investidores institucionais e de varejo pela companhia, acesso ao mercado de capitais em condições mais vantajosas, o que tende a facilitar o desenvolvimento dos negócios, e reforço nas práticas de governança corporativa do grupo, fundado há 183 anos (em 1837) em Salvador, na Bahia.

A Wilson, Sons tem raízes no Brasil, apesar de ter sido criada por dois irmãos escoceses — Edward e Fleetwood Wilson — e de ainda ser controlada, indiretamente, por capitais britânicos. Ao longo da história, concentrou ativos e operações no mercado brasileiro. Agora a proposta de reestruturação societária da Wilson, Sons, aprovada pelo conselho de administração da empresa, envolve uma série de processos simultâneos e consecutivos. “Estamos entusiasmados com a operação”, diz Fernando Salek, novo presidente da Wilson, Sons, no Brasil. Ele assumiu o cargo em março no lugar de Cezar Baião, que foi CEO da empresa por 20 anos e hoje ocupa o cargo de vice-presidente do conselho de administração.

Um dos objetivos da operação é criar mais valor para a empresa, e reduzir o “desconto” em relação ao qual a ação é negociada. Hoje a relação entre o valor de mercado da empresa (R$ 3,8 bilhões) e a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) é de 6,5 vezes. Em outras empresas comparáveis, essa relação fica, em média, entre 12 e 14 vezes. A expectativa é que a reestruturação dê visibilidade maior à companhia no círculo de investidores institucionais que têm restrições para investir por meio de BDRs. Espera-se, assim, que a empresa “destrave” valor.

Pela operação, a holding Wilson Sons Limited (WSL), com sede nas Bermudas, será incorporada pela subsidiária brasileira Wilson Sons Holdings Brasil S.A. (WS/SA). Trata-se de uma incorporação reversa uma vez que é a subsidiária integral incorporando a holding controladora. A WSL tem ações listadas em Luxemburgo, que lastreiam Certificados de Depósito de Ações (BDRs) negociados na B3. Os títulos, porém, tem baixa liquidez.

TMSA

A WSL é controlada pela Ocean Wilsons, com 58% das ações. Nesse veículo de participação societária, a família britânica Salomon tem participação significativa. Os restantes 42% do capital da holding WSL estão em mãos de acionistas minoritários, sendo 80% brasileiros e 20%, estrangeiros. Há 998 investidores no “free float” da bolsa, sendo 898 institucionais e 100 de varejo (pessoas físicas).

Pelo desenho proposto, a subsidiária brasileira WS/SA, que hoje é empresa de capital fechado, será registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como emissor classe A, e listada no Novo Mercado da B3. A admissão no Novo Mercado depende da aprovação pelos acionistas da Wilson, Sons em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) de controladora e subsidiária. Há ainda necessidade de aprovações regulatórias, caso da autorização do Ministério das Finanças das Bermudas.

Uma vez obtidas as aprovações regulatórias, serão convocadas as AGEs e, se aprovada a proposta nas assembleias, se procede à incorporação da controladora pela subsidiária. Está prevista ainda a substituição das ações e BDRs da WSL por ações em circulação da Wilson Sons Holdings Brasil. Haverá ainda extinção do programa de BDRs e cancelamento dos registros da WSL perante CVM e B3 em razão da incorporação pela controlada. A previsão da empresa é que a reestruturação seja concluída em seis meses.

Salek diz que a relação de troca será de um por um. Para cada BDR, vai se oferecer uma ação da empresa brasileira. “Estamos fazendo a troca na razão de um para um e não haverá diluição de ninguém.” Os acionistas e antigos titulares de BDRs da WSL receberão ações da WS S.A. Uma vez concluída a operação, a Ocean Wilsons permanecerá com 58% do capital da Wilson, Sons Holdings Brasil e os minoritários, com 42%, mas de empresa negociada no Novo Mercado da B3.

O movimento foi feito com cuidado. Lá se vão 14 anos desde que a Wilson, Sons fez uma oferta inicial de ações, em 2007, valendo-se do instrumento do BDR no mercado brasileiro. Salek diz que o programa de BDRs não teve a liquidez que a empresa esperava, mas a demora para dar outro passo se apoiou em uma análise criteriosa: “Precisávamos estudar e fazer o movimento sem riscos e com uma proposta de valor clara para os acionistas”, afirma. Ele ingressou na companhia em 2016 como diretor financeiro.

Salek afirma que nada muda para colaboradores, clientes e fornecedores. A reestruturação também não vai afetar o modelo de gestão e a operação dos negócios. Também não há previsão de mudanças na estratégia de distribuição de dividendos aos acionistas.

O negócio da companhia é baseado em dois terminais portuários de contêineres: um em Rio Grande (RS) e outro em Salvador (BA). Tem um estaleiro no Guarujá (SP) e divisões de rebocadores portuários, com 80 barcos, e de apoio offshore, com 23 embarcações. Em 2020, a empresa teve receita de R$ 2,1 bilhões, 14% acima de 2019, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 890 milhões (29% inferior) e lucro líquido de R$ 118 milhões, queda de 2%, comparado a 2019.

Fonte: Valor Econômico

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