Uma das maiores empresas do mundo de transporte e logística, com receita de US$ 97,3 bilhões em 2021, 534 mil colaboradores e presente em 220 países, a UPS está expandindo no Brasil um programa criado para estimular mulheres empreendedoras a exportar. O Mulheres Exportadoras, criado em 2018 e que já capacitou 17 mil mulheres globalmente, passa agora a incluir donos de pequenas e médias empresas no acesso aos novos conteúdos on-line e mentorias - que são dadas por um pool de consultores voluntários. O objetivo é reforçar a inclusão de negócios administrados por lideranças etnicamente diversas.
Uma série de webinars ao vivo vai abordar temas como prospecção de oportunidades no mercado internacional, regulamentação e restrições alfandegárias, marketing internacional e experiência do cliente. Os interessados podem se cadastrar no site da empresa.
Segundo Nadir Moreno, country managing director da UPS no Brasil, primeira mulher da empresa a ter esse cargo no país, o Mulheres Exportadoras está presente em outros 13 países da América Latina e este ano adotou o tema “Orgulhosamente Imparáveis” (do original em inglês “proudly unstopable”). “Buscamos inspirar e ajudar empreendedores a romper barreiras, apoiando-os com ferramentas para que enfrentem os desafios logísticos e superem suas capacidades de produtividade e de exportação para todo o mundo.”
Nos EUA, como parte da campanha, a UPS investiu mais de US$ 1 milhão em subsídios para pequenos negócios liderados por mulheres, negros, asiáticos, LGBTQIA+ e latinos. Desde 2020 a empresa tem uma CEO global, Carol Tomé, a primeira mulher a liderar a empresa centenária, fundada em 1907 em Seattle, Washington, e que completa neste mês 115 anos. Tomé implementou várias mudanças para garantir equilíbrio de gênero dentro e fora da empresa, segundo Moreno. “Na América Latina, as mulheres já são as principais executivas na Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Peru e Brasil.”
Em seu relatório de sustentabilidade, a empresa que tem sede em Atlanta, estabeleceu a meta de ter 30% de seu quadro global de gestores ocupado por mulheres (trabalhando em tempo integral) e 40% com gestão etnicamente diversificada nos EUA até 2025. Hoje, o conselho de administração da empresa é 46% feminino e 31% etnicamente diverso, e no âmbito global, a diretoria executiva é composta 30% por executivos negros e 40% de mulheres, segundo o relatório.
Nadir Moreno trabalha na UPS há 30 anos e afirma que nunca se sentiu tratada com preconceito. “Mesmo sendo uma empresa majoritariamente masculina, como são as empresas de logística, sempre fui tratada profissionalmente e com respeito.” Segundo Moreno, “hoje falamos muito em DEI - diversidade, equidade e inclusão - mas a UPS é pioneira em programas de diversidade e foi a primeira empresa americana que teve relatório de sustentabilidade formalizado, em 2003”, ela diz.
A empresa não dá números locais, mas Moreno diz que já foram investidos US$ 580 mil, mundialmente, para apoiar pequenas empresas de comunidades negras, LGBTQ+ e hispânicas por meio do Orgulhosamente Imparáveis.