Quando assumiu o governo do Paraná, em 2019, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) deu destaque a duas estratégias: transformar o Estado em um hub logístico para a América do Sul e fazer do turismo uma das matrizes econômicas. Com a pandemia do coronavírus, o turismo foi afetado pela necessidade de distanciamento social, mas ele assegura que o cronograma de projetos para rodovias, ferrovia, portos e aeroportos está em dia. “Já estamos nos consolidando como hub logístico”, afirma.
Calhou de vencer em seu mandato o contrato de concessão de estradas federais que cortam o Paraná, feito há 24 anos, que sempre foi alvo de críticas pelos preços cobrados nas praças de pedágio e pela falta de obras.
“Teremos a maior concessão de rodovias da América Latina, com 3.300 quilômetros e R$ 42 bilhões em investimentos privados em estradas federais e estaduais”, diz Ratinho Junior, sobre acordo feito com o governo federal com o fim dos contratos atuais, em novembro. De acordo com ele, foram atendidos os três critérios pedidos: leilão em bolsa, garantia de obras estratégicas e menor tarifa.
O governador defende o projeto de hub usando o mapa. Fala que o Paraná liga o Sul ao Sudeste, onde está o maior potencial de consumo do país, e também está no centro de 70% do Produto Interno Bruto da América do Sul, fazendo fronteira com o Paraguai e a Argentina. Mas era preciso reforçar a logística e, para isso, foi criado um banco de projetos a serem executados nesta e em outras gestões. Como resultado, segundo ele, há R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura em andamento.
Foi do banco de projetos que saiu o novo desenho da Ferroeste, estrada de ferro criada em 1988 que já foi alvo de privatização e reestatização. Ela tem 250 quilômetros dentro do Estado e a intenção é chegar a 1.285 quilômetros, unindo a cidade de Maracaju, no Estado vizinho de Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, além de ter um ramal para Foz do Iguaçu, na divisa com o Paraguai e a Argentina.
Questionado sobre tentativas anteriores de ampliar a ferrovia e torná-la relevante para o transporte de grãos, o governador responde que “não havia projeto”. “Fizemos o caminho inverso”, acrescenta. Ele pretende levá-la a leilão no primeiro trimestre de 2022.
Para os aeroportos, além da concessão recente de quatro (dois da região de Curitiba e os de Londrina e Foz do Iguaçu), o Estado planeja que o terminal de Maringá tenha foco no transporte de cargas em geral, mas especialmente alimentos.
“Produzimos 37% das tilápias do Brasil, que precisam ser transportadas de avião”, explica. Para o Porto de Paranaguá, o governador cita investimentos de R$ 1,4 bilhão para ampliar a estrutura e modernizar a carga e descarga de produtos.
“Criamos uma força de trabalho para o enfrentamento da pandemia, mas sem deixar que o planejamento estratégico ficasse parado”, comenta o governador. Hoje, boa parte da energia do governo é usada no enfrentamento do coronavírus, mas ele diz que tem aberto espaço na agenda para buscar investimentos e mostrar o que o Estado tem a oferecer.
De acordo com Ratinho, ações realizadas antes da pandemia começam a dar resultados, como os eventos batizados de Paraná Day, que apresentaram oportunidades a investidores no Brasil e também em Nova York, nos Estados Unidos, e em Madri, na Espanha.
Além disso, houve redução de burocracias e modernização de processos. Como exemplo, ele cita que o prazo para a liberação do funcionamento de um barracão para criação de aves caiu de oito meses para cerca de 15 a 20 dias, o que tem levado a mais investimentos na área por empresas e cooperativas. Também foi desburocratizado o investimento em energia sustentável, como solar e biogás. “O pacote de modernização do Estado nos deu conforto organizacional para esse período de pandemia.”
Ratinho assumiu o governo com as contas em dia e fez algumas reformas em 2019, como redução do número de secretarias de 28 para 15, previdência dos servidores, lei de terceirização da prestação de alguns serviços e lei de qualidade fiscal. Agora, prepara para agosto o uso de parâmetros de eficiência e gestão das universidades estaduais para o repas
Outra aposta para os próximos meses tem a ver com um pacote que prevê a construção de 30 mil casas populares e a geração de 100 mil empregos em todas as regiões do Estado. “Estou empolgado com a velocidade que o Paraná está tendo no desenvolvimento econômico e social”, diz o governador, citando dados de geração de emprego e de crescimento industrial. “Só não estou mais feliz porque a pandemia nos entristece.”\
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Fonte: Valor Econômico
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