Adequação à rotina de colaboradores, novos investimentos, utilização da tecnologia como aliada tanto para os processos como para a conscientização, inovação e protocolos rígidos de segurança e higiene. A pandemia trouxe um novo cenário para os diferentes setores da economia e não foi diferente no mercado de logística. Apesar de terem se tornado protagonistas durante a crise sanitária mundial, devido à essencialidade dos seus serviços, os operadores também tiveram que se reestruturar e buscar estratégias para vencer o momento atípico. Nesta edição da newsletter da ABOL, as associadas Brado Logística, FM Logistic e Penske contam um pouco como enfrentaram, superaram e, agora, registram crescimento significativo das suas atividades.
Na Brado, mesmo com o cenário de pandemia e toda a complexidade que envolve as operações de carga e descarga nos terminais e portos, a empresa manteve o pleno funcionamento da movimentação ferroviária. Para isso, foram adotadas uma série de medidas, garantindo a continuidade de uma atividade essencial para a economia do país.
Nas áreas operacionais, foram distribuídos álcool em gel, máscaras de proteção e adotada a higienização correta dos ambientes e equipamentos de trabalho. Já nos setores administrativos, foi adotado o home-office.
“Em tempos de pandemia, aprendemos que a tecnologia é uma das principais aliadas na disseminação de informações e na conscientização. Mobilizamos nossas lideranças e repassamos constantemente as orientações de prevenção aos nossos colaboradores, utilizando os mais diversos canais digitais e internos de comunicação. A adaptação ao home-office foi feita de forma integrada e eficiente pela área de inovação da Companhia”, afirmou o diretor financeiro da Brado, Henrique Meirelles.
O resultado foi um aumento de 7% no volume da operação de contêineres em 2020, em comparação a 2019, totalizando 2.8 milhões de toneladas úteis (TU). O incremento deu-se
pela alta do transporte de algodão e dos produtos frigorificados no Paraná. “A Brado, ao longo dos anos, tem se consolidado como referência nacional em serviços de logística multimodal e os investimentos constantes em inovação e tecnologia fazem parte dos fatores que nos levam a esse reconhecimento do mercado. E durante o período de pandemia não tem sido diferente”, destacou Meirelles.
Ao longo do último ano, a operadora manteve os investimentos em tecnologia e material rodante. Alguns dos destaques foram o desenvolvimento de contêineres de 53 pés e do modelo de composição Double-Stack, que permitiram uma operação mais sustentável, com ganhos significativos de produtividade e rentabilidade, transportando mais volume e contêineres num mesmo trem, reduzindo custos operacionais. Os investimentos refletem em ganhos como redução no consumo de combustível e mais segurança operacional. Além disso, a empresa está investindo em um novo terminal para sua operação de contêineres, que será instalado na região metropolitana de Imperatriz (MA).
“E o nosso foco em inovação também vai ao encontro dessa preocupação com a qualidade de atendimento aos nossos clientes. Nesse contexto, lançamos há alguns anos e temos feito melhorias constantes no nosso portal do cliente, o WeBrado. Desde 2018, conectamos nossos clientes com as informações da Companhia em tempo real. Com isso, eles podem ter informações sobre a logística da sua carga por meio de uma plataforma 100% online e adaptada para interações via mobile e desktop. Apenas em 2020, mesmo com a pandemia, o portal registrou mais de 4400 logins de acesso, reforçando a importância de oferecer acesso fácil às informações, que impactam na cadeia de negócios”, disse o diretor.
FM Logistics\
O fato de ser uma empresa de origem europeia colaborou para que a FM Logistic estivesse preparada para enfrentar o cenário de crise. De acordo com o presidente da empresa, Ronaldo Fernandes da Silva, quando o assunto chegou ao Brasil a operadora já tinha um plano desenvolvido para tratar o tema. “Claro que por ser um tópico novo e inédito (a pandemia), a FM Logistic participou efetivamente de reuniões estratégicas com clientes, sempre acompanhando as determinações governamentais de segurança, higiene e as inúmeras restrições impostas, principalmente, para zelar pelo bem-estar do nosso quadro de colaboradores e sociedade”, destacou o executivo.
Segundo ele, é inegável que, em um primeiro momento, toda a cadeia logística teve que lidar com a queda repentina de demanda em diversos setores industriais, com o fechamento generalizado de lojas, adaptação de funcionamento dos armazéns, entre tantos outros diversos aspectos. Porém, Silva afirma que a FM Logistic sempre se preparou rapidamente a qualquer tipo de situação e se colocou na vanguarda mesmo em ocorrências inesperadas. “A empresa aprendeu a reagir e agir. E nosso foco principal foi se adequar o mais rapidamente possível para manter a cadeia de produtos essenciais em funcionamento”.
A empresa já seguia um protocolo rígido de regras, que envolvem segurança e higiene. Agora, as operações também estão respaldadas em leis locais como aferição constante da temperatura dos colaboradores, uso de EPIs (máscara facial, higienização com álcool gel, roupas adequadas), distanciamento entre as áreas de trabalho e monitoramento da saúde de todos os profissionais. “A nossa velocidade de resposta à situação foi imediata. Agilizamos a implantação da equipe de backoffice em esquema home office, adequamos o transporte dos nossos colaboradores até os armazéns, fizemos as demarcações do distanciamento nos locais de trabalho, bem como distribuição de EPIs obrigatórios”, apontou o presidente da FM Logistic, ressaltando que é impossível negar o impacto econômico e social estrondoso do coronavírus.
Ele destaca que a pandemia não apenas fez com que o país acendesse o alerta vermelho, mas também com que as empresas percebessem o quanto foi importante, até então e agora mais do que nunca, os investimentos reais em digitalização e transformação digital. “O Brasil é uma economia em recuperação e, em razão disso, a FM Logistic, que é um dos principais operadores de logística e supply chain do mundo, tem direcionado atenção especial. Acreditamos que em períodos de crise surgem as melhores oportunidades. É quando as empresas com know how conseguem ampliar seu escopo de serviços, desenvolver as melhores estratégias e alinhar com as necessidades do mercado, bem como dos clientes”.
O aumento da demanda pela logística omnichannel e pelas vendas online também foram destacados, diante do fechamento intermitente das lojas físicas em 2020. Atualmente, a FM Logistic oferece soluções omnichannel para 57% da carteira de clientes. Outro fator relacionado aos negócios da empresa, devido à crise sanitária, foi a necessidade crescente de serviços de logística urbana, como micro depósitos, dark stores e soluções “click & collect”, que indicam pontos de retirada.
“Globalmente, assinamos 207 milhões de euros em novos contratos entre abril de 2020 e março de 2021, sendo que a grande parte deles estão relacionados aos serviços de omnichannel e e-commerce. Os esforços dos colaboradores ajudaram milhões de consumidores a obter os produtos que precisavam. Continuaremos a construir nossas posições fortes nas indústrias de bens de consumo e varejo para ajudá-las a implementar estratégias sustentáveis”, afirmou Ronaldo Fernandes da Silva.
Nesse sentido, ele destacou a transformação vivida pelo setor de logística, sobretudo pelos operadores, para acompanhar o dinamismo do e-commerce para os varejistas e as constantes mudanças, principalmente no que diz respeito à tecnologia e inovação. Isso tudo para atender ao novo tipo de consumidor, revendo os modelos de distribuição e da malha logística. “Seguimos apostando em um aumento dos serviços oferecidos pela empresa à logística do e-commerce, com soluções multicanais que envolvem a preparação para varejo e comércio eletrônico, controle e qualidade dos produtos, embalagem, personalização de pedidos, soluções de transporte e gestão de devoluções. Hoje, 10% do faturamento da FM Logistic do Brasil é proveniente de operações de e-commerce, com destaque para movimentação de cosméticos e bens de consumo”.
Penske\
A Penske não parou de operar desde o início da pandemia, por isso a empresa fez uma série de adequações à rotina de trabalho e processos para garantir toda a segurança necessária para os 1.500 colaboradores. Entre elas, por exemplo, esteve a adoção do distanciamento, uso de máscaras e medição de temperatura. No início da pandemia em 2020, a empresa realocou alguns colaboradores em sistema lay-off, sem qualquer corte em seu quadro desde então. Além disso, adaptou seus custos por meio de renegociações com fornecedores e contratos de aluguéis. Atualmente, a Penske possui 120 profissionais, que atuam nas áreas administrativas, em regime de home office.
Em um contexto global, a Penske tem acelerado o processo de aquisições mesmo em meio à crise. No Brasil, a companhia segue o mesmo ritmo e vem avaliando uma série de oportunidades, com um investimento em tecnologia para 2021 muito maior do que no período pré-pandemia. Recentemente, a operadora aportou mais de R$ 2 milhões em um hub de transportes próprio para consolidar cargas de diferentes clientes, ter uma operação de transporte ainda mais eficiente e otimizar custos. O hub fica localizado em Guarulhos, região estratégica para muitos clientes, e já está em funcionamento com uma capacidade de carregamento de até 50 veículos por dia.
“Mais de R$ 3 milhões estão sendo investidos para melhorias dos softwares, desde aqueles ligados a gerenciamento de armazéns até rastreamento e monitoramento da distribuição de cargas (chamado control tower). A empresa está desenvolvendo ainda uma nova área de Inovação, que contará com uma série de iniciativas, inclusive de fomento à startups. A Penske já implementou diversas novidades ao longo de 2020, como automação de processos por meio de robôs, e pretende implantar ainda mais em 2021, sempre atenta a novas oportunidades de M&As, compras e investimentos”, explicou o diretor presidente da Penske Logistics América do Sul, Paulo Sarti.
As expectativas são positivas para a companhia no Brasil e a previsão é de um crescimento de 10% a 15% em relação a 2020.
29/11/2024
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