As logtechs, ou startups que atuam no setor de logística, estão diversificando serviços para escalar receitas. As novas ofertas cobrem sistemas de gerenciamento de frotas em tempo real, antecipação de recebíveis para as transportadoras e ferramentas que usam recursos de inteligência artificial (IA) para precificar fretes futuros. Há contratos fechados com grandes clientes, como a multinacional de produtos agrícolas Cargill e a francesa Tereos.
Baseado em Londrina (PR), o Tmov, marketplace de agronegócio desenvolvido pela Sotran, empresa de logística dona de um faturamento de R$ 1,3 bilhão, faturou R$ 637 milhões em 2020. “Somente no primeiro trimestre deste ano, já faturamos mais de R$ 299 milhões, um crescimento de 103%, comparado ao mesmo período do ano passado”, afirma o americano Charlie Conner, CEO do Tmov.
Criado em 2019, o Tmov funciona como uma plataforma para caminhoneiros, embarcadores e gestores de frotas, com soluções de envio de cargas, pagamentos e compliance, além de recursos de gerenciamento de riscos e de documentação eletrônica. Atua em 14 Estados e no Distrito Federal, com clientes como a Cargill e a trading de commodities Gavilon.
Um dos últimos lançamentos é um sistema de gerenciamento de frotas, que oferece em tempo real, via app, alternativas de cargas para os motoristas. “Com um cadastro de mais de 900 embarcadores, os frotistas têm uma série de opções à disposição, e evitam deixar os caminhões parados”, diz Conner.
Os primeiros usuários da novidade, ainda na fase de testes, registraram um crescimento de mais de três vezes nos carregamentos, entre janeiro e junho de 2021. Antes, faziam em média 1,5 mil carregamentos ao mês. Com a solução, esse volume passou para seis mil embarques mensais. A ferramenta também inclui funções de gestão de pagamento aos motoristas. No total, reúne 180 mil caminhoneiros e 75 mil contas digitais ativas.
Em fevereiro, a Sotran, dona do Tmov, recebeu um aporte de R$ 100 milhões, em rodada liderada pelo fundo de private equity americano Arlon Group, e recursos do grupo brasileiro FitPart, de investimentos de longo prazo. O plano é usar a verba para aumentar a equipe de tecnologia em 70% até o final do ano e dobrá-la até 2022.
No mercado há três anos, a paulista goFlux começou fazendo a conexão digital entre contratantes e transportadoras. “Hoje, atuamos em todos os segmentos do agronegócio, além de empresas de alimentos, da siderurgia e construção”, diz o fundador e CEO Rodrigo Gonçalves, que atende gigantes do agro, como a multinacional francesa Tereos. Com a fabricante de fertilizantes Mosaic, fechou um contrato de três anos que inclui a digitalização de rotinas de contratação e de controle do transporte rodoviário.
Apoiado pelo aumento da base de clientes, o faturamento da goFlux deve subir de R$ 2,5 milhões em 2020 para R$ 8 milhões, estimados até dezembro de 2021. Este ano, lançou um produto de antecipação de recebíveis para as transportadoras e um site que usa big data e inteligência artificial para precificar fretes futuros. A intenção é ajudar as empresas a se protegerem das oscilações do valor do frete nas compras de commodities, explica Gonçalves.
Este mês, a startup recebeu um aporte de R$ 6 milhões da SP Ventures, fundo de venture capital com atuação em agtechs, e do ADM Venture Capital, braço de investimentos em inovação do Grupo Rendimento, que opera com um banco, empresas de câmbio e de meios de pagamento. A próxima meta, segundo Gonçalves, é participar de uma nova rodada de a partir de setembro, a fim de angariar recursos que ampliem as novas operações financeiras.
“Pretendemos atingir R$ 1 bilhão em antecipação de recebíveis de frete até o final de 2022”, afirma. O crédito do pagamento antecipado é feito em conjunto com o Banco Rendimento.
Na startup Melhor Envio, com sede em Pelotas (RS), o interesse é simplificar a gestão logística das lojas virtuais.
A companhia foi adquirida pela Locaweb em dezembro de 2020 por R$ 83 milhões. De acordo com o fundador e CEO da Melhor Envio, Éder Medeiros, uma das inovações implementadas recentemente é um “centralizador de envios”, que permite que os clientes deixem as encomendas em um lugar determinado, sem a necessidade de ir até as transportadoras para realizar as postagens.
“O serviço será gratuito e ainda garantirá um ‘cashback’ ao usuário, no valor do frete”, garante. Inicialmente, estão programados três pontos de remessas no Estado de São Paulo. Pelo sistema da Melhor Envio, é possível cotar fretes em diversas transportadoras, contratar o serviço de despacho e rastreá-lo até o destinatário.\
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Fonte: Valor Econômico
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