Faltam caminhoneiros no Brasil. Segundo os dados mais recentes, o déficit passa de 1,5 milhão de motoristas com carteira de habilitação das categorias C, D e E.
Para reverter esse quadro, o governo federal e a Confederação Nacional do Transporte (CNT) assinaram um protocolo de intenções para uma ação conjunta. O objetivo é atrair e capacitar motoristas interessados em trabalhar como caminhoneiros.
Para isso, o programa prevê a utilização do banco de dados do Cadastro Único. Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, a meta é oferecer qualificação aos inscritos no Cadastro Único. Ou seja, a tarefa ficaria a cargo de representantes do setor de transportes de carga e passageiros.
Salário de caminhoneiros pode passar de R$ 3 mil
Nesse sentido, está prevista a criação de um cadastro específico para facilitar a contratação pelas transportadoras. A parceria visa facilitar a mudança de categoria da CNH para C, D e E. Ou seja, com habilitação para trabalhar como motorista e caminhão e de ônibus.
Segundo a CNT, atualmente os salários dos caminhoneiros pode passar dos R$ 3 mil.
Além disso, os profissionais contratados passarão a ter direito a benefícios sociais, como plano de saúde e FGTS, por exemplo. Segundo Vander Costa, presidente da CNT, a iniciativa é muito positiva. “Queremos utilizar esse convênio para ajudar pessoas do Cadastro Único a mudar o status de motorista comum para profissional”, diz.
A baixa atratividade da profissão de motoristas de ônibus e caminhoneiros preocupa as empresas de transporte. Vale relembrar que a CNH de categoria C é a porta de entrada para dirigir caminhões no Brasil. Segundo estudo do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), a queda na procura pela CNH profissional recua cerca de 6% ao ano. Até 2025, a queda anual era de, em média, 1,4%.
Baixos salários e altos custos desencorajam busca pela CNH
Em 2022, o Brasil registrou o menor número de habilitados na categoria C. Segundo dados do Denatran, a retração foi de 1,67% na comparação com 2021. Ou seja, quando havia 4,3 milhões de caminhoneiros no País. Em 2015, eram 5,6 milhões. Portanto, houve redução de 1,2 milhão de pessoas em sete anos.
A queda no número de caminhoneiros está relacionada aos baixos rendimentos. Sobretudo no caso dos autônomos, que têm de lidar com sucessos aumentos de custos. Além disso, falta estrutura adequada para os trabalhadores. Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), para ter renda mensal de R$ 4 mil, os caminhoneiros têm de trabalhar, em média, 13 horas por dia.
Fonte: Estadão