16/11/2020

Brasil precisa repensar a logística para melhorar posição no mercado internacional, diz Batista

 Brasil precisa repensar a logística para melhorar posição no mercado internacional, diz Batista


O diretor do Departamento de Navegação e Hidrovias do Ministério da Infraestrutura (DNHI), Dino Batista afirmou, durante o 38º Enaex, realizado nesta sexta-feira (13), que em termos de movimentação de contêineres o Brasil ainda está distante das principais rotas do comércio marítimo. De acordo com dados apresentados por ele, o país está em 18º lugar entre aqueles que movimentam contêineres. Para o diretor, o Brasil precisa repensar suas estruturas logísticas para que assuma uma posição mais significativa no mercado internacional.

“A gente precisa pensar as estruturas, pois nossa principal economia, que é a do agronegócio tem um viés exportador muito importante”, disse Batista. Ele lembrou que o distanciamento do país das principais rotas existe por determinação econômica, porém, a melhoria da infraestrutura logística é fundamental no desenvolvimento do comércio exterior.

Batista destacou que o acesso dos produtos brasileiros aos grandes mercados como da China, Europa e Estados Unidos depende dessa configuração da distância econômica, não apenas física do Brasil. Por outro lado, ele lembrou que ao longo dos anos vem ocorrendo um movimento de concentração no mercado internacional de contêineres. Atualmente, segundo ele, existem apenas três grandes grupos de empresas no mercado internacional que controlam mais de 95% desse mercado.

“Isso dá a essas empresas o controle da navegação muito grande e a possibilidade de definir o que acontece no transporte marítimo internacional. Então, quando acontecem períodos de baixa do frete internacional, por exemplo, essas empresas têm como definir as quantidades de rotas”, pontuou Batista. Ele lembrou ainda que o Porto de Santos teve uma drástica redução no número de escalas regulares ao longo dos anos. Mas ele frisou que essa redução não atingiu a quantidade transportada, até mesmo pela própria dinâmica do aumento no tamanho das embarcações.

A questão do tamanho dos navios que o Brasil é capaz de receber representa uma das dificuldades em aumentar a conectividade com outros mercados. Ele afirmou que o país tem problemas de calado, entre outras questões físicas portuárias que não permitem, atualmente, a entrada de embarcações maiores que 12 mil TEUs. “Ainda estamos longe dos 23 mil TEUs que os portos da China, Coréia, Holanda conseguem receber. Nós não estamos prontos para isso”, disse Batista. Segundo ele, o país está se preparando para navios de 14 mil TEUs.

Embora o país esteja buscando receber navios cada vez maiores, Batista alertou para o fato de que o Brasil esteja fora das principais rotas leste-oeste do mercado internacional. Além disso, para ele, provavelmente não será de interesse das grandes companhias trazer navios com mais de 20 TEUs, pois eles fazem rotas onde existe realmente um grande volume de carga, e uma escala bem maior.

Fonte: Portos e Navios

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