23/05/2022

Brasil precisa reduzir dependência do diesel, diz presidente da Raízen

 Brasil precisa reduzir dependência do diesel, diz presidente da Raízen



O presidente da Raízen, Ricardo Mussa, disse que a matriz energética precisa ter espaço para reduzir dependência de óleo diesel.


Segundo ele, o país é superavitário em petróleo, mas, por ser dependente de alguns produtos processados, sofre hoje num cenário em que há corrida pelo combustível. Mussa ressaltou que, por causa da Guerra na Ucrânia, as refinarias no mundo estão trocando o gás natural nos respectivos processos pelo diesel.


Além disso, no quesito ambiental, o país tem a maior parte das emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes. Para ele, incentivos ao biometano em transportes ajudariam a reduzir a dependência do diesel. A Raízen tem projetos para conversão da vinhaça (rejeito da produção do etanol) em biometano.


Já o diretor de refino e gás natural da Petrobras, Rodrigo Costa Lima e Silva, afirmou que a atual exposição do país ao mercado de gás natural liquefeito (GNL) abre uma fronteira positiva para o biometano, especialmente por meio do RenovaBio, programa de incentivos a combustíveis renováveis.


Costa acrescentou que, com a adoção de medidas que representem avanços regulatórios do RenovaBio, a Petrobras está pronta para avançar em projetos de biorrefino, especialmente na produção de diesel renovável, com as mesmas características do correspondente fóssil.


Mussa e Costa participaram de painel do Congresso Mercado Global de Carbono, no Rio de Janeiro.


Imposto sobre combustíveis


Mussa defendeu a paridade de preços de importação utilizada pela Petrobras e disse que, se não houver paridade, a importação ficará mais cara.


O executivo ressaltou que o pagamento de impostos sobre combustíveis no ano passado foi recorde, sem revelar valores. “O mesmo deve ter acontecido com a Petrobras”, salientou.


Num cenário de alta de preços de combustíveis, o executivo destacou o papel dos consumidores no mercado, especialmente usuários de veículos automotores, equipados com motores flex, que podem ser abastecidos com gasolina, etanol ou com os dois ao mesmo tempo.


Ele destacou que os preços do etanol, em média correspondeu a 66% dos valores da gasolina nos últimos cinco anos — apesar de variações do preço atrelados à sazonalidade.


Mussa observou que boa parte dos consumidores não consome etanol mesmo com preços mais vantajosos na média, o que classifica como “decisão errada”, por vários motivos, como culturais — no passado, usar carro a álcool era mais difícil no inverno, como recordou.


Para ele, reduzir os impostos, mesmo que temporariamente, é uma saída inteligente para reduzir impactos para os consumidores. Da mesma forma, é válido adotar mecanismos de suavização de preços em cenários adversos, como acontece agora, com a Guerra na Ucrânia, ressaltando que políticas públicas adotadas no passado para baixar preços artificialmente não funcionaram.


A consequência, prosseguiu, foi que o último projeto novo de usina a etanol saiu do papel há 11 anos. “Sei que é difícil essa conversa, mas o preço tem que subir”, disse Mussa, explicando que a alta de preços sinaliza o momento do mercado.


No mesmo painel que Mussa participou, o presidente do conselho de administração da Copersucar, Luís Roberto Pogetti, disse que o etanol é “formador, não tomador de preços”.


“O consumidor só vai comprar etanol se preço da gasolina for mais caro”, pontuou Pogetti.


Fonte: Valor Econômico



Notícias Relacionadas
 São Paulo inaugura centro de pesquisa para energias renováveis e combustíveis do futuro

26/11/2024

São Paulo inaugura centro de pesquisa para energias renováveis e combustíveis do futuro

O Governo do Estado de São Paulo lançou o Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro (CCD - ERCF), instalado no Instituto de Pesquisas Tecn (...)

Leia mais
 UP2Tech expande e-commerce com solução da DHL Supply Chain

26/11/2024

UP2Tech expande e-commerce com solução da DHL Supply Chain

A UP2Tech, especializada em equipamentos de telecom, contratou a solução da DHL Supply Chain para expandir seu e-commerce B2C. Por meio do DHL Fulfillment Network (DFN), a DHL passou a e (...)

Leia mais
 Movecta expande operação de estufagem de contêineres para exportação de commodities

25/11/2024

Movecta expande operação de estufagem de contêineres para exportação de commodities

A Movecta, uma das maiores empresas de logística integrada do país, está expandindo sua operação de estufagem de contêineres para exportação de commodities agrícolas. A estrutura impleme (...)

Leia mais

© 2024 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.